Atire a primeira pedra quem nunca sofreu por amor. Essa é uma das expressões narradas por Delinha no documentário ‘A dama do rasqueado’, filme apoiado pelo Sindicato Rural de Campo Grande, que teve sua pré-estreia, na telona, na semana passada, em Campo Grande. Em homenagem aos seus 80 anos e 59 de carreira da cantora, o filme apresenta depoimentos de ícones da música brasileira e regional, ressaltando o valor cultural e resgata o apreço popular pelas canções fronteiriças.
Junto ao seu marido Délio, que faleceu há seis anos, Delinha construiu carreira sólida, e lançou 32 discos. “As músicas desse casal precisavam de um arquivo à altura da contribuição cultural deles. Essa é a trilha sonora do campo, tocada em muitas fazendas de Mato Grosso do Sul e admirada também por pessoas de diferentes gerações”, afirma o presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Ruy Fachini, ao justificar o apoio da entidade ao patrimônio cultural do Estado.
Sempre com suas saias rodadas, no filme Delinha é prestigiada por grandes nomes sertanejos, dividindo palco com Sérgio Reis, Almir Sater, Renato Teixeira e Paulo Simões. Também conta com depoimentos de artistas como Michel Teló, João Bosco e Vinícius e outros. “Mesmo sem conhecê-la, não existe sul-mato-grossense que nunca tenha ouvido uma música dessa embaixadora cultural. Mesmo em fazendas distantes da fronteira, a música dela predomina”, pontua o pecuarista e diretor tesoureiro do Sindicato Rural de Campo Grande, Pedro Junqueira.
Com pouco mais de uma hora de duração, o documentário que levou três anos para captação de imagens, e oito meses de edição, é dirigido por Marinete Pinheiro, com recursos do Governo do Estado de MS.