Solenidade de posse levou acadêmicos, amigos
Pernambuco também é aqui. E vice-versa. Para quem nasceu em Salgueiro e vive há mais de 60 anos em Mato Grosso do Sul, não importa a geografia. O que importa mesmo é a vivência alongada por experimentos que abastecem a consciência, o pensamento e as pulsações de um “cabra bom e arretado” no prosear da palavra e das letras – um cabra chamado Sérgio Manoel da Cruz.
Aos 81 anos, com sua impressionante vitalidade ele não economiza emoção ao saborear seu merecido e clássico galardão: desde o dia 03 deste mês ele é um dos imortais da Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (ASL). Agora, é titular da cadeira 22, que foi da professora Oliva Enciso e do desembargador Rêmolo Leteriello.
No discurso de posse, Sérgio Cruz admitiu que sempre teve o desejo de fazer parte desse colegiado. “Sinto que chego a tempo e espero estar preparado para corresponder às minhas próprias expectativas”, disse. “Meus sonhos, como ontem, continuam ilimitados. A Academia sempre trabalhou pela inclusão cultural através de vários projetos permanentes, que tem desenvolvido com o êxito esperado. Vou participar desta força-tarefa”, prometeu.
O novo imortal foi recebido com a saudação oficial do acadêmico Américo Calheiros, que realçou sua marcante atuação como radialista, jornalista, político e escritor: “Tudo que fez, foi de seu jeito, emprestando a cada uma dessas áreas, sua inteligência, sua força criativa e sua personalidade”. Henrique de Medeiros, presidente da Academia, ressaltou a participação de Cruz na defesa e propagação da cultura estadual. Pontuou que sua trajetória pode ser considerada “como a resistência e a vitória de um verdadeiro brasileiro, pela sua história de vida”.
ATIVISMO
Sérgio Cruz foi e é um militante ativo de causas democráticas, culturais e ambientais. Bacharel em Ciências Econômicas e em Ciências Políticas, escritor, jornalista, radialista, pesquisador, ex-deputado estadual e federal, tem vasta produção autoral. É autor de nove livros, entre os quais Guerra ao Contrabando (1984), Pantanal – O Estado das Águas (1999), Por que mataram o doutor Ari (2001), Sangue de Herói (2002), Datas e fatos históricos do Sul de Mato Grosso ao Estado do Pantanal (2004), Sangue no Oeste (2021), Campo Grande, 150 anos de história (2022), História da Fundação de Mato Grosso do Sul (2022) e Campo Grande, Força e Luz (2023).
Apresentador de programas, comentarista político e locutor com grande audiência em dez rádios nas cidades de São Paulo e Santo André – SP, Cuiabá – MT, Dourados e Campo Grande – MS e em duas emissoras de televisão em Campo Grande – MS. Como redator, trabalhou em nove jornais de São Paulo e Mato Grosso do Sul, entre eles o Progresso, Diário da Serra, Tribuna, Jornal do Povo, Primeira Hora e Boca do Povo. Já ganhou o Prêmio MS de Jornalismo conferido pela FIEMS. Também é compositor, com músicas gravadas por Aurélio Miranda, Tostão e Guarani, Simona, Pininha e Verinha, Duo Glacial e José Bétio.