Falta de manutenção e veículos sucateados ou de idade vencida não impedem consórcio de faturar milhões
Os campo-grandenses pagam preço exorbitante pela utilização do serviço de transporte coletivo. Ainda que seja proibitiva a tarifa para os clientes, tais abusos não causariam tanto impacto se a operação do sistema atendesse às expectativas e necessidades de quem precisa.
Lamentavelmente, a realidade demonstra o contrário. A insatisfação dos usuários é das mais justas. Elas vão desde os atrasos, da falta de pontos e cobertura, das más condições dos terminais, da insuficiência e da velhice da frota e, em consequência, da omissão da prefeitura, porque o poder publico municipal é o responsável pela concessão.
O Consórcio Guaicurus, grupo das empresas que monopoliza esta concessão, vem há décadas faturando lucros milionários – e ainda parece zombar da sociedade, exigindo reajustes sobre reajustes, incentivado pelo pouco caso da prefeita Adriane Lopes (PP) com o problema do povo. E o abuso é tamanho que até nos mínimos e fundamentais detalhes de atenção aos usuários o serviço é caótico.
GOTEIRAS
Com ônibus em grande parte castigados pelo excesso de operações e anos de uso, a frota veicular do consórcio é um sinônimo de desconforto e aborrecimento. Além da falta de ar condicionado e de cobradores, agora até goteiras são encontradas. Não é mentira: no chuvoso 1º de abril, segunda-feira, a chuva caiu sobre os passageiros pela goteira do ônibus que fazia a linha 086 (Terminal Júlio de Castilho/Shopping Campo Grande).
Conforme registrou o site Campo Grande News, a auxiliar de cozinha Walquira Pinheiro, 42, protestou: “Isto é uma falta de respeito com os passageiros. Está chovendo mais aqui dentro do que lá fora”. À sua justa indignação se somam outras vozes nos diversos e abandonados bairros, entre os quais o Noroeste, onde os veículos quebram ou ficam atolados nas ruas sem pavimento asfáltico e sem manutenção.
(fotos 1 e 2) Dentro do ônibus, a água da goteira encharcou os passsageiros, piso e bancos Reprodução