Sindicato já sinalizou que faria greve se não fosse pago reajuste de 10,39%
Sem condições de pagar em dezembro a parcela de reajuste salarial de 10,39% aos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino), a Prefeitura de Campo Grande ofereceu nesta terça-feira (29), o reajuste de apenas 4,78% e auxílio alimentação de R$ 400, como indenização, aos mais de 8 mil profissionais de educação.
Ao sair de reunião com a prefeita nesta manhã, o presidente da ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucilio Nobre, não confirmou a greve, mas disse que “já está sinalizada a greve”.
“As negociações foram no início do ano. Então, nesse momento, só viemos pegar a proposta. Eles entregaram a proposta, de fato, mas não dialoga com os 10,39% e vamos agora discutir o que será feito. Já está sinalizada a greve, então precisamos voltar para discutir para ver como vamos encaminhar. Não está resolvido”, disse Lucílio com a proposta em mãos.
Em março deste ano, a ACP conquistou o direito de negociação salarial pelo piso municipal por 20h, que previa corrigir os salários que estava em 55% do piso nacional na época, com previsão de atingir em dezembro de 2022 a 66,91% do valor nacional.
A lei, além de estabelecer os índices de correção deste ano, prevê um cronograma de integralização do valor do piso nacional do magistério ao piso 20h da REME. Com o escalonamento, o reajuste total de 62,4% virá em outubro de 2024.
Segundo a Lei Municipal 6.796/2022, a segunda etapa do reajuste de 10,39 viria neste mês, com previsão de aumentar mais 4,7% em dezembro de 2022. Em 2023, duas correções salariais de 10,56% está prevista nos meses de Maio e Outubro. Já em 2024, mais dois reajustes de 10,56% corrigiria totalmente o valor do piso dos professores municipais em comparação ao piso nacional.
Porém na semana passada, o secretário municipal de Educação, Lucas Bitencourt, anunciou que a prefeitura não poderia pagar reajuste de 10,39% referente ao mês de novembro deste ano, conforme a tabela de aumento escalonado, aceita pelos professores após negociações.
Proposta
O documento assinado pelas secretárias de Finanças e Planejamento, Márcia Hokama, e de Gestão, Maria das Graças Macedo, informa que o auxílio alimentação oferecido será por 40 horas semanais, aplicando-se à proporcionalidade do valor/hora/aula.
O texto diz ainda que o intuito é “estabelecer uma política de valorização e humanizar aos servidores municipais da carreira do magistério”.