No início de outubro o MOPC apontou que mais de um terço das obras da ponte de Bioceânica já havia sido concluído
A ponte da Bioceânica, estrutura que está sendo construída entre Porto Murtinho, em Mato Grosso do Sul, e Carmelo Peralta, no Paraguai, e que viabiliza a megaestrada que ligará o Brasil ao Chile, começou a receber as vigas de 30 metros e 30 toneladas, que compõem a superestrutura do viaduto de acesso pelo lado paraguaio da obra.
Segundo o Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai (MOPC), o primeiro conjunto com 8 vigas começou a ser instalado na semana passada. A previsão é 176 unidades sejam montadas na ponte. As estruturas estão sendo fabricadas na cidade de Capiatá, no departamento Central, a 710 quilômetros de Carmelo Peralta, e depois são transportadas de caminhão até o canteiro de obras.
A estrutura está sendo construída por um consórcio binacional, com investimento de R$ 575,5 milhões da administração paraguaia da Itaipu. A ordem de serviço da ponte foi dada no dia 13 de dezembro de 2021 pelo governo do país vizinho.
A estrutura terá uma extensão de 1.294 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso em ambas as margens do rio, e um corresponderá à parte estaiada, com 632 metros de comprimento, com vão central de 350 metros.
Em sua página na internet, o consórcio Pybra, formado pelas empresas Tecnoedil Construtora, do Paraguai, e Cidade Ltda e Paulitec Construções, do Brasil, aponta a conclusão das obras no primeiro semestre de 2025. No início de outubro o MOPC apontou que mais de um terço das obras da ponte de Bioceânica já havia sido concluído.
Para acessar a ponte da Bioceânica, pelo lado brasileiro, será construído o acesso, que teve edital licitado pelo DNIT em setembro, junto com o contorno rodoviário de Porto Murtinho, e o centro aduaneiro que fará o controle do acesso entre o Brasil e o Paraguai.
O acesso, conforme o edital do DNIT, terá aproximadamente 13,1 quilômetros e partirá do quilômetro 678 da BR-267, até a ponte.
Em agosto, essas obras já haviam sido incluídas na nova versão do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), lançado pelo governo federal.
A megaestrada, também chamada de Rota Bioceânica ou Rota da Integração Latino-Americana (RILA), segundo estudos da Empresa de planejamento e logística (EPL) pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Em uma viagem para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias a menos.
Esse ganho logístico representa incremento de competitividade para os produtos sul-mato-grossenses e brasileiros. Além disso, a rota possibilita o incremento da comercialização entre os quatro países por onde passa: Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além de promover a integração cultural e o turismo.