Em frente à Depac Centro, em Campo Grande, um grupo de policiais civis se reuniu para organizar o movimento e reforçar a reivindicação por melhores condições de trabalho
Em mais um capítulo da luta por melhores condições de trabalho, os policiais civis de Mato Grosso do Sul iniciaram nesta terça-feira (1º) uma nova paralisação de 72 horas. A categoria, representada pelo Sindicato dos Policiais Civis de Mato Grosso do Sul (Sinpol/MS), reivindica o cumprimento de uma promessa antiga: a equiparação salarial da Polícia Civil à sexta melhor do país.
O presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa da Silva, disse que o protesto foi ampliado de um para três dias com a expectativa de que o governo ofereça resposta a uma contraproposta apresentada pelo sindicato na semana passada. A Secretaria de Administração havia feito duas sugestões: de incorporar auxílio-alimentação de R$ 400 e dar abono aos menores salários, com ganho de 8%, ou de retirar a atual faixa salarial inicial, de R$ 5,7 mil, provocando um aumento do salário base para R$ 6,7 mil, o que foi rejeitado. Os policiais também querem aumento de 100% no auxílio, valor para despesas com saúde, a exemplo do que foi criado por lei recentemente para os delegados, no valor de R$ 1,5 mil, e 18% de aumento salarial.
A paralisação, que se estende até quinta-feira (3), está impactando diretamente o atendimento à população nas delegacias de polícia civil em todo o estado. Apenas casos de flagrante delito, violência contra crianças e adolescentes, e situações que envolvam medidas protetivas estão sendo atendidos. Demais atendimentos, como o registro de boletins de ocorrência e investigações, estão suspensos.
Em frente à Depac Centro, em Campo Grande, um grupo de policiais civis se reuniu para organizar o movimento e reforçar a reivindicação por melhores condições de trabalho. A porta de acesso à delegacia foi fechada, e apenas casos considerados urgentes estão sendo atendidos.
Os policiais levaram faixas, demandando respostas e direcionando a cobrança ao governador Eduardo Riedel. Silva apontou que se não houver avanço nas tratativas, as manifestações devem progredir para a realização de uma greve. Uma comissão de deputados estaduais foi formada para intermediar as conversas com o governo.
Os policiais civis argumentam que a defasagem salarial e as precárias condições de trabalho têm desmotivado a categoria e prejudicado a eficiência das investigações. Além do reajuste salarial e do auxílio-saúde, a categoria também reivindica a valorização da carreira e a melhoria da infraestrutura das delegacias.
O governo do Estado ainda não se manifestou oficialmente sobre a nova paralisação dos policiais civis. Em nota divulgada anteriormente, a Secretaria de Administração informou que está aberta ao diálogo e que busca uma solução que atenda aos interesses de todos os envolvidos.