A Polícia Federal está fazendo levantamentos preliminares sobre uma onça-pintada, encontrada sem a cabeça, boiando nas águas do rio Paraguai-Mirim, região da fazenda Morro Alegre, distante cerca de 60 km de Corumbá, na quinta-feira (16).
Equipes da PF e da Polícia Militar Ambiental (PMA) se deslocaram na tarde desta sexta-feira para tentar localizar o animal para necropsia.
Diego Viana, coordenador do programa Felinos Pantaneiros, do IHP, contextualizou a situação em termos ambientais e econômicos para a região.
“Com esse apoio tanto da PF e da PMA, cresce a importância da fiscalização e consciência dos pantaneiros em relação a esses fatos, além de ser um crime ambiental afeta negativamente para a imagem do Pantanal. No caso desse, de faltar a cabeça animal, só pode ter sido causado por ação humana, nenhum outro caso, como briga entre esses felinos causaria tal fato. Além de uma perda ecológica, temos prejuízo financeiro tendo em vista que temos exemplos, como na região do Porto Jofre, onde há o turismo de observações de onças-pintadas, que faturam anualmente milhões de dólares e Corumbá tem potencial para poder crescer nesse tipo de ação dentro do Pantanal”, disse Diego.
Dados de felinos mortos
De acordo com o Instituto Homem Pantaneiro (IHP), entre os anos de 2016 a 2023, foi dado apoio à PMA e PF em cinco casos de onças-pintadas mortas, em três deles, foram encontrados projéteis de arma de fogo.
Em outros dois, das onças-pintadas Jout Jout e Tiago, na Serra do Amolar, que foram regatadas em 2020, foi identificado pela equipe técnica do IHP, que no corpo delas havia projeteis de chumbo. Porém, os animais sobreviveram.
Matar onça-pintada é crime. Está previsto na Lei de Crimes Ambientais, lei federal número 9.605/1998, com pena de seis meses a um ano de prisão, além de multa.