Empreiteiro é alvo de investigação por manter contratos com indícios de corrupção em todo o Mato Grosso do Sul
A empresa André L. dos Santos LTDA, conhecida como “Patrola”, venceu mais uma licitação na cidade de Corumbá, no Mato Grosso do Sul. A vitória na licitação para aluguel de máquinas e equipamentos para a prefeitura pode render à empresa um contrato anual de até R$ 5,1 milhões.
Com essa nova licitação, o valor total de contratos que a “Patrola” tem com a prefeitura de Corumbá pode chegar a mais de R$ 50 milhões, segundo informações do Portal da Transparência do município.
É importante mencionar que essa licitação recente ocorreu pouco mais de um ano após a Operação Cascalhos de Areia, que investigou um esquema de fraude em licitações para obras públicas na região. Apesar das investigações, a empresa “Patrola” continua vencendo licitações em Corumbá.
A empresa “Patrola” pode somar mais de R$ 50 milhões em contratos com a prefeitura de Corumbá.
O prefeito Marcelo Iunes (PSDB) afirmou que a empresa de Patrola presta serviços em Corumbá desde 2013 e que “não podemos deixar de uma empresa ficar de licitar, e se ganhou é porque deu o preço mais baixo”. Quanto à fiscalização para garantir o cumprimento do contrato, limitou-se a dizer que “as mesmas providências que adotamos para todas”.
Um ano depois, a operação Cascalhos de Areia, do MPE, não teve efeitos práticos e empresa de André Patrola vence nova licitação
Patrola é investigado por irregularidades em serviços prestados na região pantaneira, em Corumbá, em contratos firmados com o Governo do Estado. São obras de pavimentação e implementação de rodovias, como a MS-228 e a MS-214.
Em 2023, após a Operação Cascalhos de Areia, o Midiamax noticiou irregularidades em desmatamentos de grandes áreas em uma fazenda de Patrola. A propriedade rural fica nas margens da estrada em que ele executava as obras de pavimentação.
Tanto o desmatamento quanto a obra eram executados sem a devida licença ambiental. Com as denúncias, o TCE-MS (Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul) determinou a paralisação das obras naquela região do Pantanal.
Também foi determinada a suspensão de todas as licenças no bioma pantaneiro pelo Governo do Estado, que após a série de reportagens do Midiamax e as investigações instituiu a Lei do Pantanal, para preservação do bioma.
Atualmente, os contratos da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos) que foram paralisados por falta de licença ambiental estão em processo de retomada. Foram 9 obras paradas e mais da metade obteve a licença quase um ano depois.