A estimativa é de que a fêmea, que recebeu o nome de Miranda em homenagem ao município onde ela foi encontrada, seja devolvida a natureza em 30 dias
As duas onças-pintadas, Miranda e Antã, que foram resgatadas na semana passada em Mato Grosso do Sul com ferimentos nas patas provocados pelos incêndios no Pantanal, seguem em recuperação no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres), em Campo Grande. Com o atendimento veterinário adequado e o tratamento das queimaduras realizado com pomadas específicas e ozônio, a previsão dos veterinários é de que uma das onças-pintadas pode voltar ao habitat natural em até um mês.
O governador Eduardo Riedel esteve no local na manhã desta terça-feira (20), para acompanhar o atendimento aos animais silvestres, que é realizado no Hospital Veterinário Ayty. “Eu parabenizo toda a equipe do CRAS, porque é um trabalho difícil que está sendo feito, acima de tudo, com muito carinho, dedicação e conhecimento técnico. Elas estavam com as patas bastante comprometidas, em função dos incêndios do Pantanal. A Miranda, uma fêmea já identificada de dois anos, e o Antã, um macho de oito anos, estão em plena recuperação”, afirma Riedel.
A estimativa é de que a fêmea, que recebeu o nome de Miranda em homenagem ao município onde ela foi encontrada, seja devolvida a natureza em 30 dias. Ela chegou ao CRAS na quinta-feira (15), pouco mais de 24 horas após ser avistada por trabalhadores de uma fazenda, que observaram o animal mancando.
Já o macho, Antã, foi resgatado no sábado (17), na região do Passo do Lontra. Debilitado, ele praticamente não reagiu ao resgate. Os dois animais já se recuperam bem, inclusive se alimentam de maneira satisfatória e apresentam melhoria geral nos ferimentos das patas. O tratamento é feito com pomadas específicas para queimadura, além do uso de ozônio que contribui para a regeneração mais rápida da pele.
“A Miranda recebeu o primeiro atendimento no resgate. E no sábado fizemos exames nela. Mesmo tirando os curativos das patas, ela arrancou tudo, a gente observa que já está bem melhor. Vamos fazer uma nova bateria de procedimentos nela ainda esta semana. Já o Antã, atendemos também como o ozônio ontem (19), e apesar de ser um caso mais delicado, também está progredindo bem”, explica a médica-veterinária e a coordenadora do CRAS, Aline Duarte.
Por dia, ambos são alimentados com aproximadamente 13 kg de carne bovina e de frango – e devem começar a receber refeições a base de peixe –, entre 5 e 8 kg para ele e entre 3 e 5 kg para ela.
“Para a alimentação, a gente observa. Ontem a Miranda não quis os 5 kg, então hoje já vamos diminuir a quantidade. Estes animais, quando estão na natureza, não comem todos os dias. Por semana eles consomem entre 35 e 40 kg de carne, mas caçam. E quando foram resgatados, ambos estavam debilitados, pois a área onde estavam tinha queimado e possivelmente a oferta de alimento estava escassa. E no caso do Antã, a condição física dele estava delicada, muito desidratado. Agora ambos estão bem”, disse a médica-veterinária Jordana Toqueto, que acompanha os animais e participou do resgate da onça-pintada Miranda.