Jota Menon, uma das presenças mais queridas e maiúsculas do jornalismo, agora é repórter em outra dimensão
O jornalismo do interior brasileiro está consternado desde terça-feira, 05, dia em que Valdovir José Menon, o Jota Menon, despediu-se da terra e viajou para o Éden. Repórter de olhar agudo e implacável, relator detalhista das coisas, texto único e vibrante, escritor sensível, enturmado com resgates e valorizações de pessoas, ambientes, histórias.
Palmeirense saudável, daqueles que sabiam tirar onda sem ferir e nem constranger os adversários, arriscou-se também nas ondas sedutoras do rádio. Fez e recitou poesia. Denunciou injustiças. Exaltou generosidades. Animou a fé na democracia, nas liberdades, na convivência saudável, feliz e solidária entre as pessoas.
Não era um santo. Nem queria ser santo porque lhe bastava ser um simples caminheiro da vida, a distribuir bom-humor e coragem. E quanta, e tanta, e inesgotável coragem! Dela tirou, com dignidade e realismo, porém sem conformismos acomodados, a renovada vontade de viver e chutar para longe a sensação de impotência de não vencer um câncer.
Jota Menon tinha 62 anos. Paranaense de Ubiratã, adotou-se por Mato Grosso do Sul a maior parte de sua existência. Aqui, fez escola como professor e foi aluno, apaixonadíssimo por jornalismo, por escrever, por dar notícia, por comentar, por servir.
A Folha de Campo Grande sente-se honrada em pontuar que teve o Jota em suas fileiras. Ou que esteve nas fileiras de empresas de jornalismo que tiveram o Jota para abrilhantá-las.
Seu legado é indestrutível.
Resta agradecê-lo, prestar-lhe todos os reconhecimentos e saudá-lo com a alegria de quem vê um ser tão amado alcançando a glória de tornar-se inquilino dos céus!