Nas redes sociais, o Instituto Arara Azul compartilhou o momento em que eles encontram o primeiro filhote do período reprodutivo de 2024
Após o fogo do Pantanal de Mato Grosso do Sul ter destruído a vegetação e os ninhos, o bioma recebeu uma dose de esperança com o nascimento do primeiro filhote de arara-azul do período reprodutivo de 2024. As imagens foram compartilhadas, nesta terça-feira (13), nas redes sociais do instituto que leva o mesmo nome das aves.
“Esperança de um novo renascer, de um novo modo de viver, de um novo pantanal, que vai precisar ainda mais do nosso cuidado e da nossa atenção. E quando dizemos nossa, não é só dos pesquisadores que estão em campo, mas de cada um de NÓS que vive neste planeta e usufrui de todas as benesses que ele proporciona. Esse é um recurso de todos, até mesmo de quem está longe, geograficamente!”, diz a postagem do Instituto.
Com base central na Estância Caiman, em Miranda (MS), os pesquisadores se emocionaram ao contar como tem sido acompanhar o ninho artificial. No local, havia dois ovos antes do fogo tomar conta da região.
“Um dos ovos tinha desaparecido. Provavelmente foi predado e o outro ainda estava viável, a gente conseguiu verificar isso. Agora a gente ta com a esperança de que esse ovo já tenha eclodido e se não tiver, que esteja viável para essa estação reprodutiva”, informou a médica veterinária do Instituto, Maria Eduarda Monteiro.
Com ajuda de uma equipe e equipamentos, os pesquisadores conseguiram encontrar o ovo eclodido dentro do ninho. “Muito feliz, primeiro filhote depois do fogo. É um filhote que traz muita esperança para gente”, comentou a veterinária emocionada.
Para o assistente de campo, Lucas Rocha, que encontrou o filhote, a esperança também é que o filhote cresça bem.
“Esse é o primeiro filhote que a gente tem do período reprodutivo de 2024. Apesar do fogo e apesar de tudo o que passou, ele ta bem”, finaliza.
Animais carbonizados
Os incêndios que atingem o Pantanal há mais de 90 dias fizeram com que o bioma se tornasse um grande cemitério a céu aberto. De acordo com o Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), cobras, jacarés e anfíbios são a maioria entre os animais encontrados mortos pelo fogo.
A médica veterinária e bióloga Paula Helena Santa Rita está em Corumbá (MS), cidade com maior número de focos de incêndio do Brasil, e relata que muitos animais morreram incinerados ou por hipertermia devido aos incêndios florestais. A especialista atua no Gretap, que é responsável por coordenar as ações de resgate e atendimento aos animais silvestres vítimas de desastres ambientais em Mato Grosso do Sul.