Encontro no HRMS reúne famílias para celebrar a vida e conscientizar sobre a prematuridade
A recepção decorada por balões e outros enfeites no tom roxo foi o ponto de encontro entre as mães, crianças e a equipe profissional. Hoje, as que não estão mais com os filhos internados, passando pelo atendimento neonatal, voltaram para relatar experiências durante uma roda de conversa.
Durante toda a gestação, Daniela passou indo e voltando do hospital devido à pressão alta. Com o nascimento da filha, os primeiros dias foram difíceis e marcados por uma separação que levou 12 dias para chegar ao fim, pois ela estava internada no HU (Hospital Universitário), enquanto Maria foi encaminhada para o HRMS.
“Por conta da minha pressão alta, ela não estava se desenvolvendo, ela nasceu parecendo um passarinho, a pele era bem fininha e vermelha. O intestino dela não estava formado, então com 28 dias ela passou por uma cirurgia”, conta Daniela.
funcionava o tratamento e de que forma a condição poderia impactar a saúde da criança. Hoje, Maria faz acompanhamento na Apae e a cor roxa se faz presente na vida de Daniela que, além de pintar o cabelo no tom, também escolheu a cor para a própria casa e grupo da igreja.
Segurando Benjamim, de 9 meses, Regiane Keulin Azuaga, de 38 anos, relembrou o período em que ele estava internado no hospital. Nono filho, ele nasceu de 31 semanas e foi o primeiro prematuro a chegar à família. A mulher, que hoje se dedica aos cuidados da casa e dos demais filhos, relata que um mioma no útero não tratado fez a gestação ser complicada.
“O médico falou que deveria retirar o mioma, mas eu não mexi. Eu não esperava a gravidez e com cinco meses começou a me dar pressão alta, diabetes. Eu fazia pré-natal, ficava mais internada do que em casa. Com 31 semanas, ele nasceu”, diz.
Além da gestação difícil, Regiane compartilha que o primeiro mês sem poder voltar com o menino para casa foi doloroso. “Eu nunca fiquei longe dos meus filhos, eu vinha visitar e ficava o dia inteiro. Chegava em casa e não tinha o bebê, meus filhos perguntavam e eu chorava”, desabafa.
A rotina no hospital fez ela se tornar doadora de leite. O gesto de contribuir com o banco de leite materno do hospital beneficiava Benjamim e outras crianças que precisavam dessa fonte de alimentação.
Novembro Roxo – Criado em 2008, o mês de conscientização da prematuridade chegou em 2018 no HRMS através de ações como a de hoje. Enfermeira e coordenadora do Método Canguru, Ana Carolina Aragão destaca a importância desse mês.
“É um mês de conscientização e sensibilização para as causas da prematuridade, onde vamos sensibilizar a sociedade em geral, os profissionais para pensar na redução da prematuridade. Hoje, a prematuridade é uma causa de saúde pública muito importante”, pontua.
De acordo com a enfermeira, 15 milhões de bebês nascem no mundo inteiro por ano e deste número, três milhões são prematuros. Só no primeiro semestre deste ano, o HRMS já atendeu mais de 150 bebês nessa condição.
O hospital conta com 35 leitos neonatais, sendo 10 de UTI neonatal, 20 na Unidade Neonatal de Cuidados Intermediários e 5 na Unidade Canguru. Além disso, o HRMS é Centro de Referência Estadual para o Método Canguru, que garante atenção humanizada, qualificada e individualizada para os bebês e suas famílias.
O encontro entre as mães, segundo Ana Carolina Aragão, é essencial para mostrar às mães que a prematuridade tem solução e comemorar a alta das crianças. “A gente promove esse encontro dos bebês que já estiveram com a gente para reforçar que a prematuridade tem jeito, que a gente pode conseguir fazer com que eles saiam bem. É um momento de festa, de alegria para as mães que estão internadas e as mães que tiveram alta”, completa.