Primeira-dama inaugurou sala reservada de acomodação sensorial para autistas no Bioparque Pantanal
As pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neurodivergências necessitam de condições adequadas para melhor qualidade de vida, integrando-se efetivamente às diversas atividades sociais. Em Mato Grosso do Sul, esta preocupação faz parte das políticas públicas inclusivas do governo estadual e está no arco das iniciativas que incluem o conhecimento e o lazer, como demonstra o Programa “BioParque Para Todos – Iguais na Diferença”.
Ontem [quinta-feira, 18], no Bioparque Pantanal, o maior aquário de água doce do mundo, foi inaugurada uma sala de acomodação sensorial para pessoas autistas. Uma providência de inestimável dimensão social, humana e cidadã, segundo avaliam os especialistas. Ao conferir todos os detalhes da estrutura e aplaudir o projeto, a primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, cumprimentou a gestão do Bioparque. Afirmou que mais uma vez o local sai na frente em favor da inclusão.
“Agora este público conta com um espaço bem pensado para atender às suas necessidades. Que sirva de exemplo para outros ambientes, pois é uma forma de incluir, de valorizar e respeitar um segmento de pessoas que compõem nossa sociedade”, disse Mônica. A diretora-geral do Bioparque Pantanal, Maria Fernanda Balestieri, ressaltou a importância da inclusão e o fato de ser este o primeiro empreendimento turístico em Mato Grosso do Sul a dispor de um compartimento estruturado para a acomodação sensorial.
CONCEPÇÃO INTELIGENTE
A sala foi concebida para despertar estímulos sensoriais controlados, capazes de relaxar, regular as emoções, desenvolver habilidades sensoriais e melhorar a atenção e o foco. Se houver alguma desregulação durante a visita, o espaço oferece ao autista a condição para se regular e dar continuidade ao passeio. As acomodações têm 15,37 metros quadrados, em um ambiente aconchegante, estímulos sensoriais controlados, com iluminação suave e baixo ruído.
Balestieri informou que na sala também estão disponíveis brinquedos montessorianos, projetados para uma aprendizagem independente com criatividade e o desenvolvimento cognitivo das crianças. “A acolhida de pessoas neurodivergentes é fundamental em uma sociedade inclusiva, justa e igualitária”, reforçou. Ela destacou que o espaço foi projetado visando à melhoria do serviço público prestado ante o crescente número de visitantes neurodivergentes.
NA VANGUARDA
O empreendimento está na vanguarda da acessibilidade, até porque já disponibilizava abafadores de ruídos, cordão de identificação universal, mapa sensorial com os estímulos mais comuns encontrados no passeio e a utilização de tecnologia assistiva com narrativa visual para os autistas não verbais. A presidente da Associação de Pais e Responsáveis Organizados pelos Direitos das Pessoas com Deficiência e Transtorno do Espectro Autista (PRODTEA), Naína Dibo, considera este o local que mais se importa com a acessibilidade e inclusão. “Em nome de todas lideranças, não só do autismo, mas de outras deficiências, temos o Bioparque como espaço do coração”.
João Victor Dibo, 15 anos, autista de nível 3 e filho de Naína, ajudou na preparação da sala e aprovou cada detalhe, principalmente a textura da grama sintética, o mobiliário para relaxamento, a projeção de estrelas no teto e a luz indireta. Orgulhosa, a mãe contou ter sido esta a primeira vez que um autista nível 3 ajudou na elaboração de uma sala de acomodação sensorial. A vice-presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista (AMA), Flávia Caloni, resumiu, emocionada: “o Bioparque está de parabéns por este espaço dedicado ao atendimento de autistas”.