Servidor municipal seria responsável pela contratação de “cabos eleitorais” em cabide de empregos públicos
Durante a campanha eleitoral em Campo Grande, a imprensa publicou várias matérias sobre a prática de empreguismo na gestão da prefeita Adriane Lopes (PP). Ela simplesmente ignorou e não desmentiu as informações que, entre outros detalhes, traziam provas robustas do cartorialismo, envolvendo órgãos como a Agência de Transporte e Trânsito (Agetran) e as secretarias de Educação (Semed) e, principalmente, a de Assistência Social (SAS).
A SAS, segundo aquelas reportagens, foi transformada pela prefeita num cabide de empregos para contemplar pastores e fiéis evangélicos da Assembleia de Deus Missões, igreja de Adriane e de seu marido, o deputado estadual Lídio Lopes. As contratações em cargos comissionados não exigem que os contratados sejam efetivos ou concursados, porque ocupam os cargos de confiança pessoal da chefia do Executivo. É imoral, mas tem base na lei.
Agora, a imprensa (portal Regional Notícia) voltou a destacar o que seria uma prática com indícios de empreguismo político-eleitoral, dada às características de sua operação e do modus operandi de um assessor especial encarregado de executar o recrutamento das pessoas para o quadro de pessoal da prefeitura. O denunciado é o servidor municipal William Henrique de Almeida Ximenes, apontado como peça-chave do esquema que funcionou nas secretarias de Assistência Social (SAS) e de Gestão (Seges).
William teria recrutado diversas pessoas para ser contratadas pela SAS. Sem teste ou procedimentos seletivos, os contratos seriam chancelados sem a assinatura do contratado, o que é ilegal e criminoso. Suspeita-se que o serviço de tais “servidores” seria agitar as bandeiras e fazer a propaganda eleitoral de Adriane Lopes, candidata à reeleição. Dessa forma, cumprindo um papel que é destinado a “cabos eleitorais”, os contratados por William tinham sua recompensa pelo “trabalho” bancada pelos cofres públicos, de acordo com a denúncia.