Empresários e autoridades voltam a fazer o trajeto de quase 2.000 km de Porto Murtinho até os portos do Chile
Seis anos após a última Expedição da Rota de Integração Latino Americana (RILA), o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS (SETLOG MS), empresários e autoridades voltam a fazer o trajeto de quase 2.000 km de Porto Murtinho até os portos do Chile. A saída de Campo Grande está marcada para a sexta-feira 24 de Novembro com 35 caminhonetes Amarok.
A novidade nesta nova fase de consolidação da Rota Biocêanica que ligará o Brasil ao Oceano Pacífico será o “sonho virar realidade”. “Nesta etapa levaremos também uma carreta frigorífica com proteína animal para mostrar na prática a viabilidade da rota para a escoação da produção brasileira. A ideia é voltar com outras mercadorias dos países que fazem parte do traçado”, disse Cláudio Cavol, presidente do SETLOG/MS e o precursor da RILA.
Em 2017 o comboio levou apenas as Amaroks e desta vez, com o avanço das obras de pavimentação no Chaco paraguaio e a construção da Ponte Binacional, os integrantes da expedição poderão dimensionar o andamento deste ambicioso projeto.
“Junto com as autoridades, vamos acompanhar a vistoria da Ponte Internacional Bioceânica que ligará Porto Murtinho a Carmelo Peralta no Paraguai, obra que está 40% concluída e que tem previsão de estar pronta no primeiro semestre de 2025”, disse Cavol.
Segundo ele, o Paraguai tem investido pesado em obras viais que irão baratear o custo dos transportes aos países asiáticos. Além da ponte, 280 km de asfalto já foram concluídos entre as cidades de Carmelo Peralta – alto Paraguai e Loma Plata – Boquerón. A próxima etapa das obras de pavimentação asfáltica será um trecho de 220 km entre as localidade de Mariscal Estigarribia a Pozo Hondo, na divisa com a Argentina com previsão de início ainda este ano.
Estudos da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), apontam que o corredor pode encurtar em mais de 9,7 mil quilômetros de rota marítima a distância nas exportações brasileiras para a Ásia. Para a China, por exemplo, pode reduzir em 23% o tempo, cerca de 12 dias a menos que pelo Oceano Atlântico.
Para Cavol, esta é uma das mais importantes expedições, pois visa demonstrar tecnicamente a viabilidade econômica do transporte de produtos e insumos exportados pelo Brasil que serão alcançados pela rota, bem como para a costa oeste estadunidense e para o Continente asiático, permitindo também a importação no sentido inverso, reduzindo a distância, o tempo e, consequentemente, o custo dessas operações.
Ao logo dos 10 dias da expedição com previsão de chegada em Campo Grande dia 5 de dezembro serão, também, verificadas a agilidade nas aduanas a fim de aprimorar os processos que necessitam de ajustes nas relações comerciais e também serão realizadas visita às autoridades das localidades.
Outro ponto importante apontado por Cavol são as possibilidades de fomento ao turismo para todos os países participantes. “Mato Grosso do Sul tem muito a ganhar com a expansão do turismo e os brasileiros terão a oportunidade de conhecer também outros países vizinhos”, disse.
Com o apoio do Governo do Estado de MS, Prefeitura de Campo Grande (MS), a III Expedição da RILA conta ainda com os seguintes parceiros: CNT, SEST, SENAT, ITL, Sidrago, Mécari Distribuidora, DAF Caiobá Trucks, Strike, Scania PLB Lopes, Sicredi, Rivesa Volvo,Travelex Bank, Confidence, Uems, Noma Montanha, Randon ICCAP, Grupo Unipetro, Iveco Torino e Discautol.