Moradores de Ponta Porã (MS) e de Pedro Juan Caballero (Paraguai) devem ter, por quase seis meses, diferença de uma hora no fuso horário
Quem mora na fronteira do Brasil com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, vai precisar de criatividade para não perder a hora. É que o horário de verão no país vizinho começou nesse domingo (1º).
Os paraguaios adiantaram os relógios em uma hora. Como no Brasil o governo descartou, por enquanto, a volta da medida, os moradores da região devem ter, por quase seis meses, uma diferença de uma hora no fuso horário entre Ponta Porã (MS) e Pedro Juan Caballero (Paraguai).
A população está acostumada, tem estratégias para não se confundir, mas se não prestar atenção se complica.
A Universidad Sudamericana de Pedro Juan Caballero, por exemplo, tem vários estudantes brasileiros. Rosana Silva do Carmo conta como foi o primeiro dia de aula no horário de verão. “Horrível, acordando 5 da manhã pra chegar aqui. Estou com sono ainda. Deu certo, mas fiquei confusa com o horário.”
“Dois celulares pra despertar, pra não perder o horário. Foi difícil, mas estou aqui, meio com sono, mas estou aqui”, relata o estudante Gustavo Silva.
Na casa de uma família brasileira que parte estuda no Paraguai e parte estuda no Brasil, todo mundo teve que cair da cama mais cedo pra não se atrapalhar.
“A rotina é nos dois países, porque tenho uma filha que estuda no Paraguai e filhos que estudam no Brasil. Pode complicar porque a mente tem que estar programada. A gente tem que estar totalmente atento, porque senão passa batido compromisso”, afirma o empresário Antônio Vilar.
O comércio do Paraguai também se adapta a essa diferença de fuso horário. Por causa dos clientes brasileiros, muitas lojas em Pedro Juan Caballero abriram um pouco mais tarde nesta segunda-feira (2) e devem fechar um pouco mais tarde. Isso para não perder clientela e a venda.
“Algumas lojas se adaptam ao horário do Brasil, que geralmente são a parte de eletrônicos, informática. Cada um vai se adaptando de acordo com a conveniência. Situação única, pois praticamente somos cidades-irmãs e temos o mesmo objetivo, de estar uma contemplando a outra”, explica o comerciante Pedro Bondman.