Atualmente, o nível do rio deveria estar acima de 2 metros e 35 centímetros
A preocupante redução do volume das águas do rio Paraguai está gerando alarme entre os habitantes e os pescadores que dependem da região do Pantanal para sua subsistência. Há mais de um século, o nível do rio tem sido monitorado a partir de uma régua situada em Ladário (MS), a uma distância de 427 quilômetros de Campo Grande.
No entanto, os registros atuais indicam uma significativa diminuição do nível, aquém das expectativas.
O pesquisador do Serviço Geológico do Brasil, Marcus Suassuna, esclareceu que os níveis de chuva muito baixos e o prognóstico para os próximos meses não mostram indícios de recuperação, segundo reportagem do G1.
“O rio não subiu como um histórico mostra que nesse período normalmente ele sobe. Então a gente faz essa comparação com o histórico para poder ter uma ideia de em que ponto que a gente se situa nesse. Então daí que vem é essa preocupação”.
O período de chuvas no Pantanal ocorre entre outubro e fevereiro, com média de 740 milímetros. Nos três primeiros meses de 2024, o número de acumulado está em 457 milímetros.
A falta de chuva e o baixo nível do rio também preocupa os pescadores da região. “Porque sem água, nós não temos peixe que presta, né? E aí fica só no leito do rio. Não tem condição dele engordar, de reproduzir”, disse o pescador Otávio Sebastião.
Segundo o pesquisador da Embrapa Pantanal, a busca por alimentos e o ciclo de reprodução dos peixes também é prejudicada com o nível baixo do rio. Isso porque quanto mais raso, pior para a saúde dos peixes.
“Quando o rio extravasa, inunda as planícies, ele cria ambientes para os peixes que já se reproduziram nas cabeceiras. Quando o rio está muito baixo, ele não cria essas condições, então a predação é maior sobre esses esses peixes menores, e isso pode levar então a uma diminuição do estoque”.