Desde que foi reconduzido ao cargo de prefeito de Campo Grande em agosto de 2015, Alcides Bernal (PP) vem anunciando que vai cumprir a lei que garante o pagamento do piso do magistério para os professores que trabalham 20 horas por semana. Mas, até agora, a cada reunião, negociações foram adiadas, como forma de “ganhar tempo”. Além da equiparação do mínimo nacional dos educadores, que custará à prefeitura um reajuste de 13,01% no salários dos profissionais da Reme (Rede Municipal de Ensino), a categoria pleiteia mais 11,36% de acréscimo, valor relacionado à reposição da perdas inflacionárias de 2015 e 2016.
Ontem, no primeiro dia da paralisação nacional dos professores, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) realizou uma passeata da sede do sindicato, na rua 7 de Setembro, até o Paço Municipal, na avenida Afonso Pena. Conforme o presidente da ACP, Lucílio Nobre, oito reuniões foram realizadas com a comissão de negociação da prefeitura, desde o início do ano, mas nada foi definido. “Só nos prometem que vão pagar, mas queremos algo concreto, no papel”, afirmou o sindicalista na chegada dos manifestantes à frente da prefeitura.
Após alguns minutos de espera, o secretário de governo, Paulo Pedra (PDT), e a secretária municipal de educação, Leila Machado, desceram até a manifestação e convidaram o presidente e a comissão de negociação da ACP para uma reunião com Alcides Bernal.
Manifestação – Conforme consta na programação da paralisação nacional, a ACP fará mais um manifesto desta quarta-feira (16), no centro de Campo Grande. Conforme Lucílio Nobre, a intenção é reunir pelo menos cinco mil professores para a ação. Já na quinta-feira (17), os professores devem ir até a sessão da Câmara Municipal parar pedir apoio dos vereadores e exigir que os parlamentares “tranquem a pauta”, deixando de votar qualquer outro projeto de lei até que a situação dos docentes seja resolvida, ou que o prazo para uma outra reunião seja reduzido. No dia 5 de fevereiro, a ACP entregou à prefeitura uma proposta de cumprimento do reajuste.
“Encaminhamos uma proposta que seria a de pagar 11,36%, referentes ao reajuste deste ano, no mês de maio, que é nossa data base. E os 13,01%, referentes ao ano de 2015, seriam divididos em duas vezes, para pagar 6,5% em maio e os outros 6,5% em outubro”, detalhou o presidente. (O Estado de MS)