Gestão que pouco ou nada faz, ainda trabalha para desfazer o que os outros fazem pela cidade
A prefeita Adriane Lopes (PP) cumpre o que prometeu ao tomar posse, quando anunciou fazer de tudo para dar aos campo-grandenses uma gestão inesquecível. De fato, será impossível esquecer tantos estragos e prejuízos que a Capital vem sofrendo desde que ela e seu parceiro de dupla política Marquinhos Trad tomaram conta das chaves da prefeitura.
Com as canetas e as chaves do poder na vida pública, estes parceiros colecionam todo tipo de desmanches, inclusive de obras que outros fazem ou pagam em seu lugar. Em mais de sete anos e meio os bairros sofrem com o abandono da prefeitura. Não fossem os auxílios do governo estadual ou das verbas federais obtidas por emendas de deputados e senadores, praticamente nenhuma obra de envergadura teria sido realizada no município, sobretudo nos bairros.
A construção da Avenida das Moreninhas, por exemplo, bancada pelo governo estadual, já deveria constar como investimento concluído. Porém, as obras foram suspensas porque a prefeitura não honrou o compromisso de pagar as indenizações aos 52 proprietários cujos lotes foram desapropriados para a implantação da via pública. O ajuste foi firmado em janeiro de 2023. E o desprezo com que a prefeita trata o assunto é revoltante, principalmente se forem consideradas as situações das pessoas que sofrem o calote.
Um desses proprietários tem 81 anos de idade e sofre de câncer, em estágio avançado. Doente terminal, o idoso tem três propriedades que foram desapropriadas. Já se passou mais de ano e meio e até agora ele não viu a cor do dinheiro. Teve que contratar advogado para ingressar com ação judicial de cobrança. O pior é que, segundo seu advogado, mesmo com o governo do Estado esperando a solicitação formal para repassar as verbas que cobririam as indenizações, a prefeitura ainda não havia feito sua parte no convênio, requerendo a liberação do dinheiro.
Outra situação lamentável: a obra ainda tem previsão de uma segunda etapa, contudo nem a primeira está concluída. Os serviços foram paralisados num trecho de terreno baldio. Os moradores que passam por ali contemplam o quadro desolador de mais uma obra inacabada, por irresponsabilidade ou por incompetência da gestão municipal. Marquinhos e Adriane, a propósito, são candidatos: ela quer a reeleição e ele um mandato de vereador. Para servi-la, como a maioria serve hoje.