A falta de chuvas históricas no Pantanal está causando um sofrimento imenso para os animais e colocando em risco um dos maiores ecossistemas do mundo
Em um cenário cada vez mais árido, o Pantanal da Nhecolândia está vivenciando uma crise hídrica sem precedentes. A falta de chuvas, a mais longa em 50 anos, está transformando a região em um deserto e causando a morte de inúmeros animais, especialmente bovinos.
A busca desesperada por água tem levado os animais a se aventurarem em terrenos lamacentos e pantanosos, onde acabam atolados e morrem. A imagem de bois magros e fracos, lutando pela sobrevivência, é cada vez mais comum no Pantanal.
A seca está afetando diretamente a produção pecuária, com a morte de animais e a redução da qualidade da carne e do leite. Famílias de produtores rurais estão sofrendo com as perdas e enfrentando dificuldades para manter suas atividades.
A crise hídrica não se limita aos animais domésticos. A fauna e a flora do Pantanal também estão sofrendo com a falta de água, colocando em risco a biodiversidade da região.
Além das mudanças climáticas, o desmatamento e o uso inadequado da água são apontados como fatores que contribuem para a intensificação da seca no Pantanal.
Paulenir conta que os bebedouros para os animais são feitos pelos próprios fazendeiros. A área tem grande criação de gado. “Nós mesmos fazemos os bebedouros, uns tanques, para o gado e também animais silvestres”, explica.
Com muita sede, os animais procuram esses locais. Contudo, a seca tem aumentado. “Quando chega na seca, o pasto vai acabando, o gado vai padecendo com fome e sede, porque não tem água de brejo, na baía”, conta. “O gado está magro, fraco, mas como tem muita sede, vai atrás de água e acaba atolando”, completa.