MPF, PF e Receita suspeitam que desembargador afastado por beneficiar traficante esconde patrimônio pessoal
Um artifício muito usado por quem acumula fortunas de origem suspeita é “camuflar” seu patrimônio ou parte dele em nome de outras pessoas. Este tipo de manobra faz a Receita Federal, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal (MPF) suspeitarem de Divoncir Schereiner Maran, o desembargador afastado do Tribunal de Justiça pela concessão da prisão pelo regime domiciliar, que pode ter favorecido o narcotraficante Gerson Palermo, até agora não encontrado pela polícia.
Os órgãos federais supõem que Maran tenha organizado um sistema de “confusão patrimonial” para ocultar bens materiais possivelmente de origem ilegal. O magistrado foi um dos alvos da “Operação Tiradentes”, deflagrada no último dia 8 para busca e apreensão de documentos e indícios relacionados à decisão liminar que deu prisão domiciliar a Palermo, muito embora ele seja um dos perigosos líderes do crime organizado, envolvido no tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
A esposa e filhos do magistrado, além de advogados, também são suspeitos de burlar os sistemas de tributação. Palermo saiu da cadeia e não foi mais localizado. Os policiais suspeitam que Maran tenha “vendido” sua liminar a um criminoso condenado a mais de 100 anos de prisão, da qual saiu com tornozeleira para cumprir pena em casa e desapareceu.
Considerando uma possível conduta criminosa, as investigações foram ampliadas, chegando a novos suspeitos, os quais apresentaram indícios de participarem em ações na tentativa de ocultar uma eventual confusão patrimonial.