Erros nas provas elaboradas pela Fundação para os vestibulares da UFMS e Uems ocasionaram o protesto
Cerca de 100 pessoas entre estudantes e professores estiveram na Câmara Municipal de Campo Grande na manhã desta quinta-feira (7). Vestidos de preto, eles protestaram e reivindicaram melhorias na qualidade da elaboração das provas dos vestibulares de universidades públicas em Mato Grosso do Sul.
Tanto provas da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), quanto da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), são produzidas pela Fapec ( Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura). Segundo os estudantes, erros ortográficos, de digitação e até frases incompletas prejudicam os vestibulandos há anos.
Em 2023 não foi diferente, segundo a estudante Manoela Porto, que no último dia 3 prestou vestibular da UFMS para o curso de Direito. Erros em todos os cadernos foram identificados. Como exemplo ela mostrou uma questão de biologia em que a resposta correta continha palavra errada. Ao invés de “sacarase”, estava escrito “sacarose”.
Também, em outro enunciado, a palavra segmento foi escrita da seguinte forma: seguimento. Na parte de exatas, pergunta incompleta deixou a futura universitária em dúvida.
“Pensei que li errado, mas lendo mais vezes, percebi que realmente não era erro meu. E eram muitas [questões erradas], em praticamente todas as áreas tinham erros”. O professor de biologia Edilson Soares cita que entre 2018 e 2023, levando em consideração somente provas referentes à UFMS, 22 questões foram anuladas.
“Questões essas com erros primários, mal elaboradas, até mesmo com erro de digitação nos locais de prova”. Ainda dentro desses cinco anos mais de 1.400 alunos entraram com recursos, mas apenas 164 foram aceitos pela Fapec.
Em nota a Fundação informou que não é de seu interesse que os candidatos se sintam prejudicados, tanto que oferece prazo para que os alunos entrem com recurso. Destacou, ainda, que as avaliações são preparadas por banca de profissionais especializados.
Na tribuna da Casa de Leis, a professora Milena Basso disse que o órgão não recebe as reivindicações.
“Os políticos precisam ouvir esse grupo [vestibulandos], que é forte, e serão profissionais em breve. Aqui, tem mais de 10 instituições de ensino de muita qualidade. Nos sentimos a Fapec indiferente à nossas conversas. Não somos radicais, somos professores e tentamos dialogar”.
O presidente da comissão permanente de Educação na Câmara Municipal, vereador professor Juari (PSDB), adiantou que deve agendar reunião com as secretarias de educação do Estado e do Município e, posteriormente, com a própria Fapec.
“Nosso papel é levar [as reclamações] às autoridades, para que a Fapec tenha cuidado com elaboração, respeitem os itens, faça calibragem justa. Vamos mostrar os pontos com prova material e pedir para que elaborem com mais critério”.