De “povo do barro” a moradores do paraíso, o pioneiro Eunaldo destaca a importância da propriedade
“Olha lá o povo do barro!”.
Era assim que Eunaldo Campos e os que chegaram primeiro à região viviam sendo chamados, porque o Aero Rancho não tinha nenhum asfalto, as casas humildes e muitas pessoas não tinham sequer o título dominial dos imóveis. Hoje, aos 74 anos, com mais de três décadas no lugar, Eunaldo se emociona, e muito, especialmente depois do que acaba de viver.
Na segunda-feira (18), Campos e mais de uma centena de moradores do bairro receberam da diretora-presidente da Agehab (Agência Estadual de Habitação Popular), Maria do Carmo Avezani Lopes, um presente que ainda não tinham e chega como um regalo especial no período natalino: os títulos de propriedade dos imóveis, num total de 175.
Eunaldo Campos viu que outros vizinhos repartiram com ele o choro e a alegria, emoções que contagiaram Avezani Lopes: “É comovente, e a vida de muitas famílias que se renova. A titularidade do imóvel garante à família a segurança de ser proprietária oficialmente”, afirmou. “Este é um direito de valor inestimável, sobretudo para as famílias sem condição de arcar com as despesas. Às vezes são contratos comprados de gaveta e a pessoa não consegue escriturar”, explicou.
“De povo do barro agora somos moradores do paraíso”, festejava Eunaldo Campos, citando os benefícios que o bairro já tem, do asfalto às redes de comércio e serviços públicos. Sua satisfação foi compartilhada por Teresinha Benedita Ferreira, 66, moradora do Aero Rancho há 34 anos.
Ela recorda que precisava calçar os pés com sacolas em dias chuvosos para sair de casa. “Receber este documento é um verdadeiro presente de Natal. A gente sempre falava que se tivéssemos dinheiro, conseguiríamos a escritura, mas nunca tinha. Foi um presentão”, festejou.