Contrariamente ao que tem dito, o ex-prefeito Marquinhos Trad (PSD) teve mais de 6 anos para colocar as finanças de Campo Grande em ordem, mas a cidade está, neste momento, com o pior desempenho entre os 79 municípios sul-mato-grossenses, com base em prévia fiscal do Tesouro Nacional.
Pior que isso… A Capital é o único município de MS a ter os 3 principais indicadores fiscais negativos, resultado de quase uma década de más gestões, ou seja, está “Tri negativado”. Nunca nossa cidade passou por uma gestão tão temerária do ponto de vista econômico e fiscal.
Essa posição alarmante é reflexo dos anos de gestão de Trad, entre 2017 e 2022, e de quatro anos da dupla Alcides Bernal (PP) e Gilmar Olarte (sem partido), ex-prefeito e vice, de 2013 a 2016. Trad é pré-candidato a governador; Bernal e Olarte estão inelegíveis.
Esse rombo é fruto de grande período de desequilíbrio nas contas do município, conforme vem sendo noticiado pela FOLHA DE CAMPO GRANDE. Na sua gestão desastrosa, Marquinhos não baixou qualquer medida para reduzir as despesas obrigatórias, como o pagamento de salário dos servidores comissionados, que, corre a boca pequena, chegam a 10 mil e seriam usados como cabos eleitorais do ex-alcaide.
Para retornar ao limite legal e não agravar a crise da prefeitura, gerando atrasos no pagamento da folha de pessoal e de fornecedores, como de medicamentos e insumos hospitalares, Campo Grande terá de criar mecanismos que reduzam as despesas correntes e que ao mesmo tempo aumentem as receitas. Desde 2017, o Tesouro Nacional tem feito alerta a Campo Grande sobre o fato de o município estar na iminência de gastar mais do que arrecada, com 97,75% das receitas comprometidas. Mas a incompetência e a irresponsabilidade falaram mais alto.
Campo Grande já viveu neste século bons momentos de desenvolvimento econômico e com as contas em dia. Em 2003, o então prefeito André Puccinelli (MDB) conseguia manter as finanças em ordem, concluir inúmeras obras e ainda terminar o segundo mandato com o fluxo de caixa positivo. O que lhe garantiu a eleição para o governo em 2006.
Depois, com Nelsinho Trad, a Capital continuou respeitando os limites de gastos. O que fica constatado aqui pra nós é que não se pode comparar a gestão de Nelsinho com a de Marquinhos, que é um verdadeiro contraste. Enquanto o irmão mais velho é flexível e mostrou ter capacidade de gestão, além de ser um político perspicaz e agregador. O que Nelson fez de bom, Marquinhos conseguiu estragar como um verdadeiro tsunami. Deixou a cidade arrasada para a sua sucessora. Basta constatar que o transporte coletivo e a saúde pública pioraram muito.
Por outro lado, as contas do Governo de Mato Grosso do Sul, alvo de inúmeras críticas de Marquinhos, também são acompanhadas pelo Tesouro Nacional. Em relação aos três indicadores utilizados no levantamento, o Estado mantém bom desempenho. Tem nota “B” no índice sobre Capacidade de Pagamento, compromete 89,26% das receitas e gasta somente 38,89% com pessoal.
A situação financeira da gestão de Reinaldo Azambuja (PSDB) permite, por exemplo, socorrer municípios, como ocorreu no mês passado. Para evitar novas paralisações dos ônibus em Campo Grande, o governo estadual assumiu compromisso de repassar, mensalmente e até dezembro, R$ 1,2 milhão para evitar aumento no preço da tarifa. E neste ano o Governo já se comprometeu em liberar mais de R$ 80 milhões para obras na Capital.
Fruto da capacidade de diálogo da prefeita Adriane Lopes, que vem se afastando do estilo egocêntrico de Marquinhos. Isso para tentar salvar sua gestão, já que todos os dias uma bomba estoura em seu colo.
O ex-prefeito, por sua vez, segue a sua jornada de falácias, promessas e sequer responde às críticas de que é mentiroso, primeiro do ex-secretário de Saúde, Geraldo Resende, e por último do governador que, ao socorrer a prefeitura, falou para Adriane falar a verdade. “Quem fala a verdade não merece castigo. Marquinhos Trad mentiu esses dias que nós não fizemos casas. Contudo, fizemos mais de 5 mil moradias na Capital, todas têm recursos do Estado”, afirmou o governador.
Hoje, com as redes sociais e imprensa em geral, se torna impossível esse ou aquele gestor tentar ludibriar as pessoas. É o mesmo que dar um tiro no pé. A calúnia, a difamação e o ódio são quesitos daquelas pessoas que não têm capacidade de administrar seus problemas e superar seus obstáculos.