Enquanto Campo Grande tem 40 obras paradas, bairros abandonados e povo humilhado nas unidades de saúde, a prefeita Adriane Lopes passa a maior parte do tempo em seu gabinete, cercada pelo alto escalão do ex-prefeito Marquinhos Trad, que comprovadamente está se lixando para a população da periferia.
Adriane, mãe de dois belos jovens, bem cuidados e educados, deveria calçar as sandálias da humildade, perder alguns minutos do seu precioso tempo e constatar in loco os desmandos, indícios de corrupção e, principalmente, de falta de preparo e de amor ao próximo de alguns servidores “apadrinhados politicamente”, para entender de uma vez por todas o que as pessoas mais humildes passam no dia a dia nas áreas pobres da cidade.
Para aqueles que a Unidade Básica de Saúde (UBS) do bairro é o único lugar onde podem buscar ajuda, Adriane deveria pelo menos ouvir os lamentos de quem ficou até 8 horas na fila para ser atendido. Conhecer a “ala pediátrica” da Unidade de Pronto Atendimento do Jardim Leblon, um terreiro a céu aberto. Deveria também dar um “perdido” na madrugada, como fazia André Puccinelli, que assim flagrou e mandou muitos médicos dorminhocos e parasitas do erário público para o olho da rua.
É preciso que a prefeita Adriane, em regime de urgência, reabra as farmácias dos postos de saúde do Guanandi e do Universitário, desde o ano passado fechadas por conta de goteiras e incompetência administrativa. Não seria mais pertinente e nem tão caro arrumar as telhas e manter os locais funcionando? Será que ninguém pensou no sofrimento que causa nas famílias dessas localidades?
Outro detalhe importante é que é preciso tomar uma atitude severa e com responsabilidade com o caso de indícios de corrupção, que não podem ser abafados, como o do Ceinf do Aero Rancho, onde além de funcionários fazerem a pintura do prédio, a diretora poderosa, com “costas quentes”, segundo funcionários do local, cometeu uma série de irregularidades.
O que a prefeita acha de servir para crianças do Ceinf comida feita com água de mangueira do jardim? Pois a bomba d’água ficou 3 semanas queimada. Isso só comprova que nessa gestão a população de um modo geral está relegada a própria sorte. A pergunta que se faz é a seguinte: Onde estão sendo empregados os recursos que deveriam ser gastos nessas entidades?
Em 1989, o então prefeito Lúdio Coelho, que assumiu o cargo com hiperinflação no país e as favelas pipocavam em Campo Grande, tinha uma atitude totalmente contrária da atual gestão. Agia com responsabilidade e humanismo. Em várias ocasiões ele saía do gabinete, da sua zona de conforto e ia pessoalmente constatar o que ocorria nas áreas invadidas. Dialogava tête-à-tête com as pessoas e antes de tomar qualquer iniciativa, junto com a Dona Nilda, primeira-dama, buscava de maneira sensata abrigar essas pessoas e cadastra-las em programas sociais.
Hoje, a Guarda Municipal vai na frente e, com armas em punho, trata todos como marginais, de forma truculenta e, pior, fazendo ameaças. Um verdadeiro ato de terrorismo, injustiça e covardia. Como aconteceu segunda-feira (13) no Los Angeles. Quem monta barraco, prefeita, é porque não tem condições de ter sua casa própria. Não seria essa parcela da população que a prefeitura deveria se esforçar mais com ações e projetos de inclusão social?
Quem vive nestas áreas já carrega consigo todo tipo de preconceito e Adriane Lopes deveria estender a mão, escutar e fazer de tudo para atendê-los. Devemos lembrar a prefeita que Jesus esteve ao lado dos pobres, desvalidos e enxotados desde o seu nascimento.
Os verdadeiros cristãos devem seguir o exemplo de Jesus de Nazaré, mantendo em seus corações o desejo de servir e não de ser servido.