Os dados são oficiais e constam dos relatórios técnico-financeiros de desempenho da política pública de saúde: em seis meses, entre o primeiro e o segundo semestre deste ano, mais de 70 mil pessoas foram atendidas em Mato Grosso do Sul por meio do “Opera MS” e “Examina MS”, uma média de 388 por dia, com exames e cirurgias eletivas. Estes programas fazem parte da estratégia adotada pelo governador Reinaldo Azambuja em 2015, nos dias iniciais do primeiro mandato, quando lançou e executou para atender aos 79 municípios o Programa “Caravana da Saúde”.
É evidente considerar, antes de tudo, que aos problemas tradicionais de saúde pública foram e são acrescentadas outras demandas referentes à quantidade crescente da clientela que não tem dinheiro para recorrer à rede particular. Além do crescimento das cidades e da população, do aumento da idade média das pessoas e da ocorrência sistemática de doenças epidêmicas ou não, ainda entram nessa conta as deficiências causadas ao organismo por condições desfavoráveis de vida.
Com dívida tão monumental herdada na área das responsabilidades que lhe compete, o governador precisou fazer um exercício de gestão dos mais complexos, e sem precedentes, para garantir ao governo e ao Estado um calçamento financeiro compatível. Uma das primeiras providências foi ajustar o orçamento às diretrizes estratégicas da governança, contando, para isto, com a determinada colaboração da Assembleia Legislativa e de todas as instituições públicas e civis comprometidas com o bem-estar e a qualidade de vida da população.
A “Caravana da Saúde” só se tornou exequível, mesmo em início de mandato, graças à visão e à capacidade gerencial e política de um governo que dirigiu para o “setor saúde” um olhar sensível e tecnicamente preparado para radiografar, entender e tratar de seus desafios, tendo entre eles o de melhorar e ampliar a capacidade de atendimento. Embora em tese seja o grande mecanismo de socorro das camadas mais pobres e desguarnecidas da sociedade, o Sistema de Saúde (SUS) sempre foi, desde sua criação, a válvula de escape a serviço também dos segmentos da chamada Classe A.
Neste cenário, portanto, a “Caravana da Saúde” começou cumprindo um papel operacional e conceitual que até então ainda nao havia sido levado com semelhante alcance aos sul-mato-grossenses. E o projeto-piloto ensejou a redefinição de metas e a consequente criação de programas e subprogramas, potencializado a presença do Estado na cobertura da assistência básica e na oferta de procedimentos mais complexos, especialmente nos exames e nas atividades médico-clínicas de acompanhamento.
Além disso, o Estado faz na saúde pública o maior investimento em toda história. Os efetivos profissionais em todos os níveis foram reforçados, equipamentos e veículos adquiridos, unidades hospitalares construídas e reformadas, numa soma de valores agregados em diversos compartimentos da estrutura oficial de assistência.
Dessa forma, os resultados começaram a acontecer. Para expressiva parcela das necessidades de atendimento até antigas filas deixaram de existir. Igualmente, muitas unidades das redes de atenção básica (postos de saúde, prontos-socorros e hospitais) se renovaram, não só com o aparelhamento técnico-científico e as reformas, mas também no sistema de atendimento à população, mais resolutivo e eficaz.
Ainda há o que fazer. E sempre haverá, tratando-se de um tipo de serviço indispensável à vida e ao bem-estar. Mas não se pode negar a realidade: em Mato Grosso do Sul, os tempos são outros para quem precisa recorrer à assistência da saúde pública.
Tenho dito!