Nova autorização eletrônica é um documento que pode ser feito por quem tem vontade de doar órgãos
Pessoas que desejam ser doadores de órgãos agora podem formalizar em documento sua vontade. Os Cartórios de Notas de Mato Grosso do Sul passaram a ofertar este serviço, conhecido como Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (AEDO). A emissão do AEDO pelos cartório é gratuita e está disponível desde ontem (2).
A autorização eletrônica foi desenvolvida pelo Colégio Notorial do Brasil – Conselho Federal, entidade que reúne os Cartórios de Notas do Brasil. O documento digital estará disponível gratuitamente no site www܂aedo܂org܂br.
Atualmente, quando há um caso de morte encefálica, quem autoriza a doação é a família que precisa estar ciente do desejo do doador. Com a criação da AEDO, a manifestação da pessoa fica registrada dentro de um base de dados que pode ser acessada por profissionais de saúde, que poderão checar o desejo da pessoa de doar seus órgãos.
Como fazer a AEDO – Os interessados devem preencher um formulário que pode ser encontrado aqui. A pessoa poderá informar qual órgão deseja doar, selecionando entre medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos.
Em seguida, o tabelião agenda uma sessão de videoconferência para identificar o interessado e, depois, para coletar seu desejo de ser doador. A pessoa ainda assina digitalmente a AEDO, que passa a ficar disponível pelos responsáveis do Sistema Nacional de Transplantes. A plataforma pode ser acessada a qualquer momento.
Mais de 42 mil pessoas aguardam na fila por um transplante no Brasil. A maioria das pessoas esperam pela doação de um rim, seguido por fígado, coração, pulmão e pâncreas. Somente em 2023, 3 mil pessoas morreram esperando por uma doação de órgão.
A iniciativa do lançamento da AEDO marca o início da campanha “Um Só Coração: seja vida na vida de alguém”, lançada oficialmente pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Luís Roberto Barroso, e pelo Corregedor Nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.
“O provimento que regulamenta o procedimento de doação de órgãos, assegurou a importância de que todos os cidadãos tenham acesso gratuito a um mecanismo seguro que fomente e agregue o maior número de doadores de órgãos e tecidos com o objetivo de que seja respeitada a declaração de vontade do doador,” assinalou o corregedor-nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão.