Quem foi que afirmou isto: água e óleo não se misturam?
É uma conclusão científica. Sim, muito apropriada para os dias que vivemos na política de janela partidária em Mato Grosso do Sul. Aliás, os partidos, com as honrosas exceções, não passam de meros instrumentos de uso de partidários de ocasião. Para este grupo, eles e elas estão certos.
A questão é que as pessoas verdadeiramente de bem desta sociedade não engolem e não aceitam a zombaria que fazem delas, quando manipulam o poder a seu favor pessoal ou quando criam os argumentos mais toscos para provar o improvável e esconder o que é visível. Visível e seria risível, se não fosse trágico, melancólico, decepcionante.
Ou o embarque do vereador Tabosa, eleito pelo PDT, na embarcação do PP da prefeita Adriane Lopes, não terá sido uma decepção? Quem duvida precisa ouvir as testemunhas que assistem tudo isso da arquibancada e da geral, aonde ficam os espectadores mais humildes.
E mais: estas pessoas são a maioria da população da Capital. São aquelas que pagam elevadas cargas tributárias, as que pegam ônibus caro e lotado, as que ficam sem socorro porque a ambulância do Samu atolou em rua urbana de bairros abandonados, as que derramam seu suor de sol a sol desvalorizados pela prefeita, só porque ela esvazia os cofres privilegiando assessores políticos com polpudos holerites.
Todas essas provas de um absurdo e continuado desgoverno eram até dia desses combatidos ferozmente pelo Sr. Marcos Taborda. Ele mesmo, o que foi eleito para representar e defender o povo, e da água para o vinho, da noite pro dia se descobre fã de Adriane e percebe que vinha seguindo por um caminho equivocado, que tudo vai bem na cidade, que a população está satisfeita, que o servidor é valorizado, que os serviços publicos funcionam, que a crise financeira da prefeitura é intriga da oposição – o que equivale suspeitar que o Sr. Tabosa fazia parte dos intrigantes.
Pior que isso ou semelhante só dois disso. Então aí está outro ínclito político da Capital, o Sr Marcos Trad, assinando no tapetão da cúpula seu ingresso no PDT e patrocinando, com isso, o possível esvaziamento do partido, até mesmo com o sacrifício de seus candidatos à prefeitura e à vereança.
Pobre Campo Grande sob estas mãos ligeiras. Muito ágeis. Que não perdem as oportunidades oferecidas pela sorte das sombras. Mas outubro vem aí. É segundo mês da primavera. Estação do desabrochar das flores e do velório das ervas daninhas.