Mulheres trabalhistas lançam manifesto contra filiação de ex-prefeito e Lucas ameaça retirar candidatura
O PSD já está livre dos estragos que sofria por causa da desastrosa candidatura de Marquinhos Trad ao governo e aos poucos vem retomando sua grandeza no Estado. O ex-prefeito, na ânsia de recuperar seu espaço na vida publica, vem batendo cabeça na tentativa de abrir novos caminhos e ter um abrigo para garantir sua candidatura a vereador, mas não tem sido feliz.
Depois de inutilmente bater às portas do PP, PL e do União Brasil, Marquinhos viu uma possibilidade no PDT. Sob intervenção do Diretório Nacional, o partido não veta novas filiações. Contudo, logo que correu a notícia, lideranças e militantes trabalhistas iniciaram um movimento contra a filiação do ex-prefeito campo-grandense.
A primeira reação contrária foi do deputado estadual Lucas de Lima. Principal liderança partidária, ele é pré-candidato a prefeito – no entanto, se diz inclinado a sair desta condição. “Diante de toda a situação criada pela direção nacional e o presidente estadual do PDT, estou estudando esta possibilidade”, confirmou. O interventor do PDT-MS é do Rio de Janeiro e foi designado pela direção nacional.
De acordo com pesquisas de intenção de voto do Instituto Ranking Brasil, Lucas está em quarto lugar e assegura que a sua pontuação está num patamar de chances para avançar ao segundo turno. Ele entende que a vinda de Marquinhos comprometeria o discurso de campanha. “Fica difícil ter um projeto de novidade para Campo Grande com a presença dele me apoiando. Quero propor um modelo desprendido da velha política”, argumenta.
REAÇÃO FEMININA
Ao ser informado que Marquinhos Trad está chegando, um grupo de nove pré-candidatas à vereança em Campo Grande, integrantes da Ação das Mulheres Trabalhistas (AMT), divulgou uma carta repudiando a filiação. Segundo Rose Farias, presidente da AMT, as mulheres e também homens manifestam semelhante desconforto.
“Apresentaremos uma carta de repúdio contra a imposição da filiação do ex-prefeito Marquinhos Trad, pelos motivos que todos já conhecem, já divulgados pela mídia, pela sua conduta em desrespeito às mulheres. Nós, da Ação da Mulher Trabalhista, não podemos nos calar”, afirmou.
O ex-prefeito caiu em desgraça na vida publica quando candidatou-se ao governo e foi denunciado de assédio sexual por diversas mulheres que foram conversar com ele em seu gabinete. Ele, em campanha, depois de negar, resolveu admitir que traiu sua esposa mais de uma vez, alegando que já havia pedido perdão e a questão estaria resolvida no âmbito familiar.
“Apresentaremos uma carta de repúdio contra a imposição da filiação do ex-prefeito Marquinhos Trad, pelos motivos que todos já conhecem”, segundo Rose Farias, presidente da AMT
As desculpas não funcionaram e Marquinhos, que chegou a ficar em primeiro lugar nas pesquisas, viu sua candidatura derreter dia a dia. Na contagem final dos votos, o resultado para ele foi humilhante. Com 124.795 votos, ficou em sexto lugar, atrás do Capitão Contar (384.275), Eduardo Riedel (361.981), André Puccinelli (247.093), Rose Modesto (178.599) e Giselle Marques (135.556).