O “efeito Marquinhos Trad” se esparrama ou, no mínimo, contagia alguns dos mais destacados membros de sua gestão na Prefeitura de Campo Grande. São eles a prefeita Adriane Lopes (PP) e o deputado estadual Pedrossian Neto (PSD). Ela foi vice nos dois mandatos e ele comandou a Pasta de Finanças em considerável período deste ciclo.
Os reflexos deste efeito na cidade refletem-se nos inúmeros retratos do jeito de desgovernar, que tanto judiou das finanças e dos serviços de responsabilidade do poder publico municipal. A prefeita repete e, em alguns casos, até piora aquilo que já estava ruim com seu antecessor. Até mesmo na sua própria base as reclamações já estão surgindo.
Quanto a Pedrossian Neto, sua passagem pela Secretaria de Finanças serviu de trampolim para a escalada na política. Foi às urnas e conquistou a primeira suplência na Assembleia Legislativa. Por barbeiragem criminosa de um eleito que não se livrou da ficha suja, garantiu seu primeiro mandato. Deputado estadual, mergulhou na política e ensaia mergulhar também nos mares traiçoeiros das disputas eleitorais.
Lançou-se como concorrente à Prefeitura. Além de ser seu legítimo direito, deve ter virtudes que o capacitam. Porém, parece esquecer-se de dois aspectos fundamentais, sem os quais esta iniciativa não passará de tresloucada aventura, como fez Marquinhos ao deixar o cargo para disputar o governo.
O primeiro aspecto: Pedrossian Neto ignorou o ensinamento político segundo o qual ninguém pode ser candidato de si mesmo, ainda que tenha todas as credenciais de gestão e voto. O candidato de si próprio é andorinha só, não faz verão. O segundo aspecto: Pedrossian Neto só pode ou só tenta minimizar o fato de ter sido um dos corresponsáveis pelos estragos que seu ex-patrão deixou na prefeitura, um rombo sobre o outro – isto, atestado por organismos e indicadores que rastreiam e analisam desempenhos de gestão.
Para ser candidato a prefeito de uma capital de enormes e complexos desafios, é indispensável que o (a) pretendente tenha o lastro básico, que é o planejamento do projeto. O desenho deste desejo só se afirma quando todas as estacas dos alicerces são fincadas. Pedrossian Neto pisou em falso, pois desdenhou a necessidade irrecorrível de buscar o amparo, o apoio e até a anuência do partido, que é organizado, é nacional e tem dirigentes zelosos.
Longe de duvidar da seriedade e da qualidade de suas intenções, esta avaliação vê nos passos de seu caminhar a sombra de erros cometidos no recente passado por um gestor que já marcou sua história com registros dos mais negativos. Ele ainda pode construir outra e oposta realidade. É jovem e bem-intencionado. Tem tempo. Caso contrário, o impacto da síndrome do Marquinhos tornar-se-á perene.
É como diz o velho ditado: “Não se deve colocar a carroça na frente dos bois”. PORTANTO!…