A vocação para atuar na área do conhecimento fez de Hélio Queiroz Daher um apaixonado não apenas pelo título de professor, mas por tudo que representa o mais amplo significado do direito ao saber. Foi com este recorte que ele aceitou do governador Eduardo Riedel o convite para conduzir a política pública de ensino em MS.
Em um ano de gestão o currículo de Daher não deixou dúvidas. À frente da Secretaria de Educação (SED), ele e sua equipe vêm colecionando avanços significativos para a área.
Professor efetivo da Rede Municipal de Ensino de Campo Grande, graduado em Geografia pela Uniderp, especialista em Gestão Escolar pela UFMS e em Gestão Sustentável do Turismo em Áreas Naturais, entre outros títulos, ele falou à FOLHA sobre os avanços e ambições da SED para atender os objetivos estabelecidos pelo governo.
FOLHA DE CAMPO GRANDE – As metas determinadas pelo governador estão sendo cumpridas?
HÉLIO DAHER – Quando ele nos chamou para assumir a secretaria, estabeleceu como meta ampliar as escolas de tempo integral. E já antecipamos em 100% de municípios cobertos, uma meta que era até 2026. Atingimos a meta do Plano Nacional de Educação de mais de 50% das escolas oferecendo tempo integral, já temos 60%. Temos a meta de melhorar o índice de reprovação e abandono. Atingimos estas três metas já no primeiro ano. Temos investimentos em tecnologia, um dos grandes motes do governador. Colocamos os equipamentos e estruturas tecnológicas para revolucionar a aprendizagem.
FCG – Na prática, o ensino democrático e de qualidade só é possível com fortes investimentos. O orçamento da pasta tem sido
HD – O Estado destina um valor orçamentário importante. O que temos hoje para trabalhar corresponde às expectativas do nosso plano de governo em investimentos na gestão do governador Eduardo Riedel.
FCG – Além das obras da rede física, há outros investimentos que se destacam na infraestrutura, como laboratórios e redes digitais?
HD – Um grande investimento, além da infraestrutura das mais de 100 escolas em reforma, das mais de 60 escolas prontas, é em tecnologia. São as entregas de lousas digitais, kits de robótica, de Ciências e Natureza. E também a rede de fibra ótica, que está chegando em todas as escolas, acompanhada da compra de kits bem elaborados, uniformes modernos. Há todo um leque de ações de infraestrutura e de materiais que fazem com que a escola estadual seja atrativa para os estudantes.
FCG – O que falta ser ajustado quanto ao efetivo de educadores, salários e capacitação?
HD – Quanto ao salário estamos muito contentes em relação ao que oferecemos ao professor efetivo, o maior salário do Brasil. Para o convocado estamos conseguindo diminuir a diferença em relação ao efetivo. Hoje, somados os aumentos do ano passado, a gente passou dos 25% para o contratado. Há investimentos em formação de professores. Temos o centro, uma plataforma bem elaborada, com tudo o que o educador necessita de infraestrutura. Nas escolas investimos nos espaços de trabalho, lousas digitais ou de vidro, ambientes novos, bibliotecas, laboratórios, tudo que é necessário para uma boa aula.
HD – Foi uma prestação de contas, em princípio, que a SED faz à Comissão. A Comissão tem este papel de olhar e analisar o que a gente fez. Apontamos nossos avanços e o que a gente planejou para o ano. Podemos precisar de ajuda, sobretudo legislações necessárias à melhoria do ensino. A Assembleia vem apoiando o governo, fazendo com que caminhemos juntos e possamos ir mais longe.
FCG – O acesso ao ensino é garantido às regiões mais isoladas? Indígenas e comunidades quilombolas, tradicionalmente excluídos, estão assistidos?
HD – O Estado vem investindo muito na infraestrutura das escolas indígenas, do campo, quilombolas, para que permaneçam em suas comunidades. As reformas acontecem nos mais variados pontos do estado. E novas obras serão lançadas para que essas comunidades cresçam, sejam bem atendidas.
FCG – Como funcionam os mecanismos de política pública, como as cotas de vagas para ampliar as oportunidades de acesso ao 3º grau?
HD – Para se pensar em educação, do cuidado com a educação básica, independentemente das cotas, o importante é trabalhar com todos. É preciso que todos estejam preparados e possam concorrer. O acesso é para todos, não importa a origem. E possam concorrer, preparados, aos espaços da sociedade, seja na universidade, nos concursos, no mercado de trabalho. Nossa missão é fazer com que cada estudante, esteja onde estiver, chegue forte, preparado para progredir na vida.