Com uma população de 2,7 milhões de habitantes, o Estado se destaca em fornecer água tratada para a população e pelo avanço significativo no sistema de coleta e tratamento do esgoto doméstico
Dados do Censo 2022 divulgados nesta sexta-feira (23/2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam aumento na oferta de saneamento básico em todo o território do Mato Grosso do Sul, onde em alguns serviços como a coleta de esgoto, o avanço foi superior a 100%. O Estado é o 2º estado que mais avançou em número de casas com acesso à rede coletora de esgoto ou com fossa séptica.
Em contraponto, quando comparados os resultados com a distribuição dos serviços por cor e raça, a desigualdade social evidencia a menor cobertura para pessoas indígenas.
Segundo o Governo Federal, o saneamento básico compreende os serviços de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, limpeza urbana, coleta e destinação do lixo e drenagem e manejo da água das chuvas. A mostra que a população branca é a que mais recebeu os serviços em 2022, seguida pela população preta, amarela, parda e, em último lugar, a indígena.
O objetivo do Governo do Estado, por meio da Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), é antecipar a meta estabelecida pelo novo marco legal do saneamento que prevê a universalização do sistema até 2033.
Entre as cidades com a área de cobertura da rede de esgoto avançada estão Alcinópolis (99%), Santa Rita do Pardo (99%), Tacuru (99%), Três Lagoas (99%), Paranaíba (98%), Japorã (96%), Bonito (96%), Ponta Porã (94%), Porto Murtinho (92%), Dourados (85%), Chapadão do Sul (84), Ribas do Rio Pardo (83) e Jateí (83%).
Para o diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio, o salto na evolução do tratamento de esgoto nos 68 municípios sob a sua responsabilidade mostra o compromisso da empresa com a melhoria constante da qualidade de vida dos cidadãos, sobretudo, com a preservação do meio ambiente.
Somente em 2023, os recursos destinados à área de saneamento, principalmente nas obras de abastecimento de água e esgotamento sanitário, somaram R$ 188,3 milhões até outubro.
Cobertura da coleta de esgoto cresceu 114%
Entre os dados pesquisados na elaboração do Censo 2022 está o tipo de esgotamento sanitário existente nos domicílios onde havia banheiro ou sanitário. O resultado apontou que o tipo mais comum é o esgotamento por “Rede geral ou pluvial”, presente em 462,8 mil de domicílios, nos quais moravam 1,25 milhão de pessoas, o que representa 45,8% da população.
Outros 3,1% da população declarou possuir fossa séptica ou fossa filtro ligada à rede. O conjunto dessas duas categorias corresponde ao conjunto de domicílios conectados a algum serviço público que colete e afaste o esgoto domiciliar.
Em 2022, 48,9% da população foi atendida por coleta de esgoto, número 114% maior que o registrado em 2010. Na comparação nacional. “Entre os serviços que compõem o saneamento básico, a coleta de esgoto é o mais difícil, pois demanda uma estrutura mais cara do que os demais. O Censo 2022 reflete isso, mostrando expansão do esgotamento sanitário no Brasil, porém com uma cobertura ainda inferior à da distribuição de água e à da coleta de lixo”, explica Bruno Perez, analista da pesquisa.
Aumento na distribuição de água
Segundo os dados do Censo 2022, o atendimento por rede geral de distribuição de água cresceu 4,33% no Mato Grosso do Sul, se comparado com Censo 2010. Essa é a forma principal de abastecimento no território, que abrange 854.236 mil domicílios, com cerca de 2,7 milhões de pessoas, ou seja, 87,20% da população residente no estado.
Coleta de lixo atende cerca de 90% da população do MS
Aproximadamente 980 mil domicílios em todo o estado são atendidos pela coleta de lixo, um montante de 885 mil pessoas, o que representa 90,33% da população. No Censo de 2010 o percentual era de 86%. O número é a soma dos 87,8% que tinham o lixo coletado no domicílio e dos 1,9% cujo lixo era depositado em caçamba de serviço de limpeza e então, coletado pela empresa.
Os dados ainda revelam que 8,44% da população moravam em domicílios cujo lixo era queimado na propriedade, em 1,13% era enterrado, 0,14% jogado em terreno baldio, encosta ou área pública e 0,60% tinham o lixo descartado em outro destino.