Vereadores afirmam que Adriane poderia evitar o desconforto, mas não buscou solução pelo diálogo
Pode ser mais um sinal de isolamento: a prefeita Adriane Lopes (PP) recuou diante de uma derrota iminente e retirou da Câmara Municipal dois projetos de lei complementar arquitetados pelo Executivo no ano passado. Com eles a prefeita modificaria estrategicamente dispositivos da legislação sobre o funcionalismo publico, afetando a categoria.
Ela foi alertada por integrantes de sua bancada e ainda constatou que enfrentaria uma onda de protestos se insistisse na tentativa de avançar com a matéria. Os servidores não concordam com a iniciativa e desde o final de 2023 pressionam para que o Legislativo não acolha as intenções da prefeita. Adriane não conseguiu convencer os trabalhadores, nem argumentando que os projetos apenas reformariam e reorganizariam os textos para cumprir um Termo de Ajustamento de Gestão (TAG), celebrado entre a prefeitura e o Tribunal de Contas (TCE).
Os parlamentares acreditavam que se fossem à votação em plenário as propostas seriam derrotadas com um placar acachapante. Esta avaliação levou inclusive o corpo de lideranças da Casa decidir, no final de 2023, não incluir os projetos na pauta de votações até que houvesse uma solução de consenso. Em janeiro, o vereador Valdir Gomes convocou uma audiência publica para tratar da questão no dia 28 deste mês. Diante das indefinições, entendeu não existir razão para a audiência.
SOLUÇÃO
O presidente da Câmara, Carlão Borges (PSB), diz estar convicto que todos os vereadores querem uma solução que atenda os interesses fundamentais, atendendo os pontos elencados pelos servidores e acolhendo as condições de razoabilidade do Executivo. Carlão sustenta que o Legislativo tem sido e continuará sendo parceiro da gestão nas iniciativas que atendam os reais interesses da população.
Até mesmo o líder da prefeita, Beto Avelar (PSD), garantiu que ainda não foi abastecido com dados detalhados sobre as propostas. A vereadora Luiza Ribeiro (PT) informou que 21 entidades estão discutindo as alterações previstas e se manifestarão na audiência. Carlão assinalou que quando os projetos retornarem à Câmara, não vai submetê-los ao regime de urgência antes da audiência publica com a participação dos servidores.