Antes queridinha dos caciques, Camila Jara é “queimada” em nome do “eleitorado conservador”
A dupla José Orcírio Miranda (deputado estadual) e o sobrinho dele, Vander Loubert defendem aliança com Rose Modesto (União Brasil) para ampliar o leque de alianças para o Centro e aumentar as chances de vitória. Eles acreditam que Campo Grande tem uma “base política eleitoral muito conservadora” e que uma candidatura própria do PT teria poucas chances de sucesso. Zeca sugere chapa com Rose Modesto e Pedro Kemp (PT) como vice.
Afirmam que o PT nacional também defende candidaturas próprias em grandes cidades. Ressaltam o apoio de Lula à candidatura de Camila Jara. Argumentam que uma aliança com Rose Modesto representaria um retrocesso para o PT, pois ela não se identifica com os valores do partido.
As posições ideológicas também foram se distanciando. Vander e Camila protagonizaram, inclusive, bate-boca nos corredores do Congresso no ano passado, por suposta articulação de Vander a favor do Marco Temporal, uma das bandeiras importantes da esquerda.
Hoje minoria dentro do partido na Capital, a dupla Zeca e Vander recorre ao nome de Lula para tirar Camila de cena. Zeca afirma que não é contra a candidatura da deputada federal, mas acredita que o partido tem que fazer aliança com representantes do Centro para dar conta de competir no futuro com os candidatos da direita, pois Campo Grande tem uma “base política eleitoral muito conservadora”.
Diretórios estadual e municipal do PT realizarão coletiva de imprensa nesta segunda-feira (19). Zeca insiste no diálogo e na realização de uma plenária municipal para discutir as duas propostas: candidatura própria ou aliança com Rose Modesto.
A disputa interna no PT de Campo Grande pode fragilizar o partido nas eleições municipais. A decisão final sobre a candidatura do PT será tomada em plenária, com a participação de todos os filiados. O resultado da disputa interna terá impacto significativo no cenário político de Campo Grande.
A disputa interna no PT é um reflexo das diferentes visões sobre o futuro do partido na cidade. O resultado da disputa terá impacto significativo no cenário político local e poderá influenciar o resultado das eleições municipais.
Sobre Rose, Zeca diz que não há uma confirmação se ela quer se unir ao PT, “mas foram iniciadas conversas”e ele espera que ela se manifeste sobre a possibilidade de coligação. Zeca já pensa até em chapa e aponta o deputado estadual Pedro Kemp – hoje apoiador da candidatura própria – como um possível vice de Rose.
“Nós temos que ampliar o leque de alianças para o Centro e a pré-candidatura da Rose, na nossa humilde opinião, simboliza isso. Acho que uma chapa com Rose e Pedro Kemp, por exemplo, seria uma chapa para ter uma envergadura muito maior com as possibilidades portanto de segundo turno. Não tem briga nenhuma, ao contrário tem um bom entendimento que a boa conversa resolve”, argumenta Zeca.
O deputado prefere não fazer previsões de como será o desfecho até o dia do lançamento da candidatura, mas adianta que vai insistir no diálogo em plenária para que os membros do partido se manifestem sobre as possibilidades.
O grupo contrário a uma chapa pura não coloca em dúvida o apoio de Lula a Camila, mas insiste que a estratégia do próprio PT nacional é fazer alianças para conseguir bons resultados nas eleições deste ano.
“Até o último momento, nós vamos buscar o entendimento, a conversa para fazer um amplo diálogo interno no PT, chamar uma plenária municipal de todos os filiados que se interessarem pelo debate do PT em Campo Grande e discutir as duas propostas: vamos partir isoladamente ou vamos tentar construir um arco de alianças com um partido e candidatura como da Rose, que já está no governo Lula, inclusive o partido dela tem três ministérios. O resto é hipótese e não é legal”, diz Zeca.
O grupo contrário a uma chapa pura não coloca em dúvida o apoio de Lula a Camila, mas insiste que a estratégia do próprio PT nacional é fazer alianças para conseguir bons resultados nas eleições deste ano.