Mesmo com direitos políticos suspensos e na perspectiva de prisão, ex-presidente recorre
Sob o argumento de que precisa se defender e continuar sua “luta pela democracia”, Jair Bolsonaro está convocando os seus seguidores para uma grande manifestação de rua no próximo dia 25, na Avenida Paulista, centro de São Paulo. Ele vem fazendo em vídeos pelas redes sociais, garantindo ser um protesto pacífico e pedindo aos participantes o uso de camisetas verde-amarelas. Para garantir o máximo de mobilização popular, está envolvendo toda a sua base de apoio político.
Em vídeo compartilhado nas redes sociais, Bolsonaro pediu para apoiadores não levarem cartazes e faixas “contra quem quer que seja”. O ex-presidente demonstra estar recorrendo ao “tudo ou nada”, na tentativa de minimizar os desgastes que vem acumulando desde quando seu projeto de reeleição sofreu o revés das urnas, ao ser derrota pelo petista Luiz Inácio Lula da Silva.
Depois disso, vieram fatos muito desgastantes, como a condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – que o tornou inelegível até 2031, por uso abusivo de poder político e dos meios de comunicação – e as operações da Polícia Federal, que o têm como alvo na tentativa de golpe de Estado. Embora a sentença do TSE o tenha proibido de candidatar-se a cargos eletivos, Bolsonaro pode votar, participar das campanhas eleitorais e atos de cunho político.
Durante seu mandato, Bolsonaro e seus apoiadores protagonizaram diversas polêmicas, atacando ministros do STF e opositores políticos, além de reverenciarem o período da ditadura militar. As ações e declarações do ex-presidente geraram intensos debates sobre os limites da liberdade de expressão e do respeito às instituições democráticas. Caso seja levado ao banco dos réus e condenado pela tentativa de golpe, ele pode ter uma pena de até 23 anos de prisão, além de ficar inelegível por mais de 30 anos.