Com PSDB definido e Bolsonaro inclinado a lançar chapa do PL, Adriane fica sem “guarda-chuva”
Pré-candidata à reeleição, a prefeita Adriane Lopes (PP) ainda não obteve as garantias políticas que precisa para tonar viável o projeto de ir em busca de mais quatro anos de mandato. Independentemente do quadro de concorrência a ser formado nos próximos meses, algumas definições já consolidadas reduzem o seu campo natural de alianças e aumentam o risco de ter todo seu grupo esvaziado politica e eleitoralmente.
Uma das possibilidades que poderiam dar a ela uma oportunidade de sobreviver bem e com garantias políticas para futuros voos eleitorais era permanecer no arco de parcerias políticas do PSDB. Os tucanos já têm seu pré-candidato à prefeitura, o deputado federal Beto Pereira, mas deixou suas portas abertas para a prefeita construir novos horizontes para si e seu marido, o deputado estadual Lídio Nogueira Lopes.
Com esta solução, Adriane pavimentaria os passos futuros dela e de seu esposo, viabilizando um duplo projeto eleitoral. Ela teria a opção de disputar uma cadeira na Câmara de Vereadores este ano e fortaleceria ainda mais as condições de Lídio para mais uma reeleição, em 2026. No entanto, a prefeita preferiu fazer seu próprio caminho, com o empurrão da senadora Tereza Cristina (PP), apostando no “tudo ou nada” com a sua candidatura.
ISOLADA
A outra alternativa de Adriane Lopes para melhorar suas chances e ingressar com indiscutível competitividade numa disputa pulverizada e das mais difíceis, é ter o apoio de Jair Bolsonaro (PL). No entanto, as informações mais recentes dão conta que o ex-presidente já agendou uma visita a Campo Grande após o carnaval para reafirmar as intenções de lançar e apoiar apenas uma candidatura, com um nome do PL na cabeça de chapa.
Estão de olho nesta decisão e embalados pelo interesse de ganhar a “benção” de Jair Bolsonaro pelo menos três militantes do PL: o deputado federal Marcos Pollon, o ex-deputado estadual Capitão Renan Contar e o deputado estadual Coronel David. Para este trio, interesse a participação de Adriane Lopes, mas como apoiadora ou possivelmente ocupando a vaga de vice na chapa majoritária.
Ao rejeitar a receita da composição com o PSDB e o governo e ver minguar as chances de ser a “candidata do Bolsonaro”, a prefeita constrói um campo de isolamento, que pode ficar maior e mais profundo se a sua atual rede de apoiadores na Câmara Municipal procurar outros ninhos. A população, enquanto isso, espera que os dilemas eleitorais e políticos da gestora não agravem ainda mais os problemas que infestam a cidade em todas as áreas.