Ex-governador vê ferrovia como tesouro complementar para o Estado no contexto da Rota Bioceânica
O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) opina que a reativação da Malha Oeste é um desafio estratégico para todo o Brasil e não somente para alguns estados. “Reativar esta ferrovia trará os trens de volta ao trecho Corumbá, Campo Grande e São Paulo. Porém, é um fator estruturante de elevado impacto nacional”, afirmou.
Ele considera que o avanço da Rota Bioceânica impõe um novo olhar para os ganhos em competitividade que o Brasil vai ganhar com os modais de eswcoamento e a localização estratégica do Estado, na fronteira com dois países que dão acesso a vizinhos sulamericanos na porta de entrada para o Pacífico. “O Governo Federal avalia como reabilitar a ferrovia: rescindir o contrato com a Rumo – empresa que tem a concessão -, fazer uma nova licitação ou repactuar o contrato.
OPÇÃO – De acordo com Azambuja, os mais de 2 mil km de extensão que ligam Corumbá, fronteira com a Bolívia, ao Porto de Santos (SP), podem servir como a opção por trilhos para as principais cargas a serem transportadas pela Malha Oeste: o minério de ferro, celulose, produto siderúrgico, ferro gusa, etanol e manganês. “Quando estava no governo participei de várias reuniões para reativar a ferrovia. Continuamos lutando, juntamente com o governador Eduardo Riedel e a bancada federal, para voltar a ver os trens circulando”, acrescentou.
Prevista para ser colocada em leilão este ano, a relicitação da Malha Oeste irá conceder novamente para a iniciativa privada os 1.973 km de ferrovias entre Corumbá (MS) e Mairinque (SP). A estrada de ferro atravessa os estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo até fazer conexão com a Malha Paulista.
Ao completar sua análise sobre a vantagem de Mato Grosso do Sul dispor de diferentes modais de transporte e ter a sua localização em duas fronteiras, Azambuja destacou que o País terá um ganho sem precedentes em competitividade para entrar nos maiores mercados. Ele se refere à Malha Oeste, que oferece a via férrea, e ao Corredor Bioceânico, com acessos por hidrovia (Rio Paraguai) e rodovias brasileiras e paraguaias.
DADOS POSITIVOS
“Estamos certos ao apostar na Rota Bioceânica. Os números nos dão a prova. O mercado asiático e países sul-americanos que integram o Corredor Rota Bioceânica foram destinos de 61,38% das exportações de Mato Grosso do Sul em 2023”, destacou. Citou ainda outros dados: as vendas externas de commodities e outros produtos locais para China, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia e Chile, saltaram de mais de US$ 4,2 bilhões em 2022 para US$ 6,4 bilhões, um crescimento de 66,1%.
Nas redes sociais, Azambuja escreveu que com a construção da ponte sobre o Rio Paraguai entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta, a Rota ganha força. E explica: “Entre os 10 maiores destinos das exportações sul-mato-grossenses, sete deles envolvem países que estão relacionados à Rota Bioceânica: China, Argentina, Japão, Coreia do Sul, Vietnã, Indonésia e Chile. A Rota encolhe o caminho, reduz o valor do frete e torna nossos produtos mais competitivos no mercado mundial”.