Decisão ocorreu após as defesas de Stephanie e Christian ingressarem com apelação
Marcado para os dias 12, 13 e 14 de março deste ano, o julgamento dos acusados de matar a menina Sophia Ocampo foi retirado de pauta. A decisão partiu do juiz Aluízio Pereira dos Santos após as defesas de Stephanie de Jesus e Christian Campoçano, mãe e padrasto da vítima, entrarem com recurso.
Ambas as apelações foram ingressadas no dia 19 de dezembro, mas o magistrado as aceitou nesta terça-feira (9) e no fim da tarde desta quarta-feira (10) decidiu retirar o júri de pauta, pelo menos até que os dois apresentem novamente razões e contrarrazões.
Tanto Stephanie quanto Christian alegaram que precisam “melhorar situação processual”, ou seja, apresentem novos argumentos afim de que o juiz reforme a decisão que marcou o julgamento, rejeitou as argumentações das defesas e aceitou praticamente tudo o que foi apurado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), reveja
O ex-casal responde pelos crimes de homicídio agravado por motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos, com implicações por se tratar de crime hediondo. Christian soma acusação de estupro de vulnerável.
Os dois estão presos desde 27 de janeiro do ano passado, um dia depois da constatação da morte de Sophia, aos dois anos e sete meses. A menina foi vítima de extrema violência em um ciclo que, segundo o MPMS, se iniciou meses antes do óbito.
O magistrado havia marcado julgamento dois dias depois de ouvir os réus durante audiência de instrução, no começo de dezembro. Eles tiveram oportunidade de responder às perguntas do juiz anteriormente, mas preferiram manter silêncio até que a perícia de seus celulares fosse concluída.
Já com o laudo em mãos, a defesa de Christian pediu que houvesse nova audiência, garantindo que o cliente falaria desta vez. O pedido foi atendido e a oportunidade estendida à Stephanie. De fato eles falaram. Trocaram acusações e responsabilizaram um ao outro pela morte da criança.
Ela se disse vítima do ciclo de violência, confirmou o vício do ex-companheiro em cocaína e argumentou que trabalhava fora o dia todo enquanto ele, sem emprego, cuidava dos filhos.
O padrasto, por sua vez, relatou que no dia do crime usou droga e, por isso, dormiu por longo período. Quando acordou a garotinha já estava prostrada. Cogitou até que a mãe tenha caído em cima da filha, ocasionando as lesões que a mataram. A morte de Sophia completa um ano no próximo dia 26.