Colchões foram retirados para incineração e presos vão passar a usar uniformes
A PED (Penitenciária Estadual de Dourados) enfrenta um surto de furúnculos e sarna. Até o momento, cerca de 500 presos estão infectados. Como são 2,4 mil internos na penitenciária, esse contingente equivale a 20% da massa carcerária. Quer dizer, ainda, que a cada cinco detentos, um está doente.
Para tentar controlar a situação, a direção da unidade prisional pediu intervenção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) diante dos órgãos públicos vinculados à saúde e Execução Penal.
As informações sobre o surto foram reveladas pela própria OAB, depois que o responsável pela Comissão de Direitos Humanos, Jefferson Faria, visitou o presídio, convidado pelo diretor da unidade, Rangel Schveiger.
“A situação é alarmante e demanda ação imediata. Estamos trabalhando em estreita colaboração com a direção da PED e os órgãos competentes para garantir que medidas efetivas sejam tomadas para conter essa situação de risco à saúde dos presos”, disse Jefferson Faria. Hoje, os presos ajudaram a retirar os colchões das celas, que foram colocados no pátio externo. Todo o material será levado para incineração.
A sarna é uma doença parasitária e extremamente contagiosa, transmitida pelo contato direto ou através do uso de roupas contaminadas. Já o furúnculo é uma infecção de pele, geralmente causada por bactéria.
O presídio de Dourados é o maior do estado e por isso, a principal preocupação e com facilidade de contaminação.
Enquanto a Ordem dos Advogados auxilia nas medidas emergenciais e nos pedidos de intervenção aos órgãos públicos para providenciar medicamentos, atendimento médico e outras medidas necessárias para conter do avanço da doença; dentro da unidade os policiais já iniciaram os procedimentos para minimizar o contágio.
Segundo a Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), a higienização e sanitização pontual das celas já foi realizada, além da reativação da lavanderia para limpeza das roupas, pessoais e de cama dos internos, que é feita pelos próprios presos.
“Além disso, foi solicitado junto à Vara Criminal de Dourados a aquisição de colchões para a troca dos que estão contaminados, bem como substituição de uniformes de internos no local de maior incidência”.
Ainda conforme a Agepen, os presos recebem atendimento médico na Unidade Básica de Saúde Prisional.