Fiel do bolsonarismo, deputado quer intimidar imprensa, mesmo condenado por crimes de ódio, racismo e homofobia
Com mandato sub judice por violação da lei eleitoral que obriga os partidos políticos a preencherem totalmente a cota destinada às mulheres nas chapas proporcionais, o deputado estadual Rafael Tavares (PRTB) tenta novamente silenciar a imprensa. Uma segunda condenação pesa sobre seus ombros: a Justiça o sentenciou a 4 meses e 15 dias de prisão, mas em regime aberto e com prestação de serviços à sociedade, pela prática dos crimes de racismo, homofobia e xenofobia.
O mais votado em 2022, na garupa do modismo bolsonarista, Tavares está propondo aos leitores e empresas um boicote ao Campo Grande News, pioneiro dos portais jornalísticos eletrônicos no Estado. Ele chama de esquerdistas todos os veículos que publicam informações sobre suas diatribes no exercício do mandato. Em resposta, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais (Sindjor/MS) divulgou uma vota criticando o parlamentar e reiterando a importância da liberdade de imprensa nos regimes democráticos.
REINCIDENTE
Nas eleições passadas, Tavares se beneficiou de uma liminar para exercer o mandato. Por unanimidade, ele havia sido condenado juntamente com o PRTB, que passou por cima da legislação eleitoral e ignorou uma obrigação, a de preencher totalmente a cota destinada às candidaturas femininas. Uma das candidatas teve o seu registro indeferido e o partido deixou como estava, não providenciou sua substituição. Tavares aguarda decisão final de última instância e confia na chamada “da anistia”, que perdoa os transgressores da legislação.
A Justiça também condenou o deputado a uma pena de prisão por dois anos e 4 meses em regime aberto. Não sofreu perda de mandato, mas assinou o compromisso de prestar serviços comunitários. A sentença foi baseada em postagens de Tavares nas redes sociais, incitando agressões e manifestações de ódio contra gays, japoneses, negros e indígenas. este tipo de comportamento e conceito identifica no Brasil a extrema-direita e o bolsonarismo, vínculos presentes no DNA político-ideológico do deputado estadual mais votado de Mato Grosso do Sul.