Toda pesquisa sobre intenções de votos precisa ser levada a sério. Sejam confiáveis ou não os métodos, as amostragens e até os institutos, haverá sempre indicadores qualitativos ou quantitativos para que cada um faça sua leitura.
Na semana passada, um dos credenciados institutos que atuam neste e em outros estados divulgou um levantamento com resultados surpreendentes. As surpresas, todavia, precisam ser consideradas da mesma forma como se considera este tipo de pesquisas: são, acima de tudo, fotografias de um momento.
Se surpreende a classificação de quem está em primeiro ou em último, de quem subiu e de quem desceu, a análise individual esgota-se na efemeridade da duração de fatores objetivos que influenciam o eleitor, de um lado, e favorecem os eventuais concorrentes, de outro. E assim, pesam na balança, por exemplo, as condições e conjunturas diferentes que colocam cada postulante diante da sociedade.
Hoje, a quase um ano da eleição, há pré-candidaturas eventuais e potenciais. Para umas e outras existem trunfos e empecilhos. Se para “A” sobram visibilidade e presença recorrente na mídia, para “B” há o poder de fogo eleitoral, ou financeiro, ou político. Contam ainda para garantir o voo eleitoral a identificação popular e a folha corrida.
Exatamente por causa desses fatores a maioria dos partidos vem conduzindo com cautela esta questão, apesar de não ser segredo sobre quem são seus nomes preferidos. Entretanto, botar o bloco na rua em uma disputa sucessória não é tão simples como ir à feira passear. Não bastam predicados isolados.
Simpatia, poder, dinheiro e até o voto às vezes não garantem o projeto, se o interessado não tiver o apoio maciço de seu partido. E no contrário, o apoio do partido não é a garantia para quem tem um belo sorriso, porém não dispõe de capilaridade eleitoral ou convincente apelo financeiro.
Que as águas venham. Há muitas pontes até outubro vindouro.