Everson e Andres tiveram a prisão preventiva decretada nesta quarta-feira; os dois confessaram o crime, mas cada um detalhou o momento da morte de uma maneira diferente
A justiça decretou a prisão preventiva de Everson dos Santos Alencar e Andres Adonis Fajardo Llovera, de 35 e 29 anos, presos desde segunda-feira (20) pelo assassinato de Wagner Vicente Pereira da Silva, de 30 anos.
Os dois passaram por audiência de custódia nesta quarta-feira (22). A vizinha do suspeito, presa por ajudar a esconder o corpo da vítima, foi liberada para responder ao processo em casa.
O crime aconteceu na casa em que Everson mora com o sobrinho, Talles Silva dos Santos, de 19 anos. O rapaz também participou do assassinato e está preso preventivamente desde ontem.
Para o delegado Carlos Delano, da DHPP (Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa), os três homens confessaram o crime; mas cada um deles contou uma versão diferente. O único ponto em comum, é sobre a cova em que Wagner foi encontrado: ela foi feita horas antes da briga que terminou no homicídio.
Everson e Andres relataram com detalhes que o piso de cimento foi retirado com uma faca e o buraco cavado com a tampa de uma panela. O motivo, segundo o próprio Everson, era “passar medo” em Wagner.
O começo de tudo
Em um depoimento de pouco mais de meia-hora, Everson contou que vivia há dois anos com Wagner, mas que o companheiro era usuário de crack e por isso, a relação era complicada; sempre que saia de casa para trabalhar colocava ele para fora e desconfiava que furtos e danos nas portas e janelas eram obras dele, mas, mesmo assim, moravam juntos.
Nas últimas semanas, no entanto, notou que Wagner saia de casa e voltava muitas horas depois, sempre com roupas novas. A situação começou a incomodar.
Para o delegado, Everson revelou que desconfiava Wagner tinha outra pessoa e por isso ficou com ciúmes. No domingo, dia 19, recebeu uma mensagem que seria destinada ao companheiro: “você vai estar lá às 20 horas?”
O ciúme fez com que ele saísse na rua em busca do marido. Talles e Andres bebiam com ele e foram juntos. Antes disso, cavou o buraco e planejou usar o cenário macabro para ameaçar a vítima até que ela falasse a verdade.
Horas depois, encontraram Wagner usando drogas e o convenceram a ir para casa de Everson. Lá, o suspeito começou a questionar a mensagem e todas as histórias mal resolvidas.
Wagner afirmou que a mensagem era do homem que o levaria para uma clínica de reabilitação e com o tempo, confessou tudo o que o marido perguntava, inclusive que havia mandado mensagens para Andres e assediado ele dias antes. “Raiva foi crescendo dentro de mim”.
O cenário de roubo, traição e mentira foi o estopim, segundo Everson. Primeiro ele deu dois tapas no companheiro. Depois, pegou um fio e enrolou no pescoço de Wagner. Ele tentou se defender, mas aí Talles ajudou: segurou as mãos da vítima.
Andres segurou o corpo enquanto o amigo enforcava ele. Depois, Talles e Everton levaram o corpo para o quintal, para a cova que seria para dar o susto em Wagner e ali o enterraram com um pano no rosto e pés amarrados. No dia seguinte, compraram cimento, cal, pedras e areia para refazer a calçada em cima do corpo.