A temporada de pesca esportiva em Corumbá encerrou-se no dia 4 de novembro. A paralisação da atividade, que atrai milhares de pescadores ao destino da Rota Pantanal Bonito, coincide com o período da piracema (processo de reprodução dos peixes) até 28 de fevereiro. Nesse intervalo pela proteção do estoque pesqueiro, as empresas que operam os barcos-hotéis realizam os Cruzeiros Ecológicos pela maior área alagável do mundo – uma imersão à natureza.
As viagens de passeio e contemplação do ambiente pantaneiro estão sendo agendados até janeiro, para grupos ou reservas individuais. São dois roteiros: subindo o Rio Paraguai até a Serra do Amolar (sentido Norte), com visitas à reserva Acurizal, baías com vitória-régia e regiões com inscrições rupestres; ou descendo o mesmo rio até o Porto da Manga (sentido Sul), de onde a viagem segue pela Estrada-Parque para safari e passeios nas pousadas.
Os cruzeiros foram uma alternativa dos empresários do setor de pesca esportiva para se manterem em atividades na piracema, além de atenderem também uma grande demanda no setor de ecoturismo. As viagens são um sucesso, aliando o atendimento e o conforto dos barcos-hotéis ao esplendor da natureza no coração do Pantanal. O período do defeso também é aproveitado para adequações nas embarcações visando a próxima temporada.
Durante o cruzeiro, que duram até cinco dias, enquanto a nave mãe navega silenciosa e serena, os turistas saem pelo rio a bordo dos botes de alumínio, pilotados por guias de turismo, para observar o ambiente ainda selvagem do bioma. Na beira do rio, nas baías e na estrada pantaneira é possível avistar animais, como a onça-pintada, a capivara, o jacaré, a lontra, cervo e até bandos de porcos do mato. O visitante também vivencia o modo de viver dos ribeirinhos.
Pesque e solte consolida
A temporada da pesca esportiva no Pantanal em 2023 foi uma das melhores, na avaliação dos empresários do setor em Corumbá. Com a retomada do pulso de inundação na planície – quando ocorre a cheia, que transborda os rios e banha os campos -, os peixes ficam mais ativos e se alimentam mais, permitindo uma pescaria farta, como explica o empresário Luiz Martins, presidente da ACERT (Associação Corumbaense das Empresas Regionais de Turismo).
O ano também foi de consolidação de uma medida adotada pelo setor em Corumbá desde 2019: a prática do peste e solte. “A adesão dos pescadores esportivos hoje é unânime e temos uma atividade sustentável que emprega mais de mil pessoas e gera R$ 40 milhões anualmente na economia da cidade”, afirma Martins. “Com a moratória desde 2012, o dourado é um dos peixes mais fisgados, e com o pesque e solte estamos recuperando o estoque pesqueiro.”