Nada passa despercebido aos olhos destes profissionais. Os cerimonialistas constroem sentidos e dão significados às instituições. Eles integram ideias, refletem valores e estabelecem conexões. Para marcar os 15 anos da Lei 3.543, que instituiu o Dia do Cerimonialista no Estado, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) realizou sessão solene na noite desta segunda-feira (30).
Propositor da solenidade e autor da lei, o deputado professor Rinaldo Modesto (PSDB) destacou a relevância dos cerimonialistas para transmitir o propósito de um acontecimento. “Os eventos aproximam pessoas e para que o objetivo seja alcançado, os cerimonialistas são essenciais. Por isso, nesta noite rendemos nossas homenagens a esses profissionais que fazem parte do dia a dia da maioria das organizações. Eu fico muito feliz, pois vários Estados replicaram a nossa lei e até mesmo no âmbito federal”, disse.
A primeira-dama do Estado, Mônica Riedel, a advoga Kátia Claro, o defensor-geral Pedro Paulo Gasparini, o secretário da Casa Civil, Eduardo Rocha, o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Pedro Arlei Caravina, e o presidente do Conselho de Ética do Comitê Nacional de Cerimonial e Protocolo, Silvio Lobo Filho, compuseram a mesa. Os deputados Renato Câmara (MDB) e Roberto Hashioka (União) também estiveram presentes.
Mato Grosso do Sul foi o primeiro Estado do país a criar o Dia do Cerimonialista. No Brasil, o cerimonial foi regulamentado pelo Decreto 70.274 de 1972, que normatizou a precedência e as formalidades existentes nas solenidades. Ao profissional da área cabe a responsabilidade de atuar nas fases de planejamento, organização, coordenação, controle e execução dos eventos.
O Cerimonial da ALEMS é referência no Estado. A equipe apresenta especificidades que identificam a cultura organizacional do Parlamento. Os ritos, os protocolos e as práticas materializam todo o contexto de evidenciar o simbolismo e o reconhecimento de fatos e acontecimentos legislativos. Em entrevista à imprensa, Cacilda da Silva Seraphim relembrou as três décadas de atuação na Casa de Leis. “Trabalhei 35 anos na Assembleia. Foram muitas solenidades e homenagens. Hoje, volto ao Plenário para receber o meu reconhecimento. Estou feliz e muito honrada”, comentou.
Para Cibele Kraemer de Mello, o reconhecimento advém da responsabilidade. “Confesso que hoje está diferente, não estou de preto, vi minhas amigas trabalhando e não pude ajudá-las, pois estou do lado de cá, recebendo o reconhecimento de um trabalho que estamos desenvolvendo na Assembleia”, ressaltou. Na ocasião, Silvio Lobo Filho fez a leitura da “Crônica ao Cerimonialista“.
Homenageados
Os homenageados da noite foram: Ana Paula de Camargo Garcia, André Luiz Wilken Rosário, Anna Paula Alves de Mello Pedroza Penharbel, Antonio Cezar Pereira da Silva, Antônio Osmânio, Cacilda da Silva Seraphim, Carlos Augusto Pereira Regalo, Clarice Mesquita de Almeida, Clóvis Ricardo Segóvia, Conceição Rubio da Silva, Daiane Rodrigues Oliveira, Éder Cordova da Silva, Elisangela Pego Siqueira Sant’ana, Fábio Tavano Donato, Fernando José Quadros da Rosa, Guilherma Gonçalves Vaz, Harrison Douglas da Silva Sanches, Heloísa Silva Seraphim, Jane Kélis Martins Lima, Jorge Miguel da Silva Garcia, José Antonio Acosta Contrera, Marisa Corrêa Machado, Marlene Conceição Gonçalves Dias Lobo, Oscar Maurício Martinez, Patrícia Balter de Carvalho Faracco, Renata Sanches Franco Icassati, Rosimara Bandeira Vasques de Almeida, Synara Martins Miranda, Ticiana Contis, Cibele Kraemer de Mello, Cláudia Mendes, Kelly Miranda Viana, Larissa Correa Ribeiro, Luana Moisés Lopes Santana, Vivian Kellenn Davi Hungaro, Adair de Holanda Mendonça e Adriana El Daher.
Em nome dos homenageados, Adriana El Daher e Jorge Miguel agradeceram na tribuna o reconhecimento do Parlamento Sul-Mato-Grossense. A solenidade foi encerrada com muita emoção. Servidores e parlamentares externaram o carinho e gratidão à gerente de Cerimonial da ALEMS, Severina da Silva, que atua há 45 anos no mesmo setor e função.
História
A palavra cerimonial vem do latim caerimoniale e refere-se às cerimônias religiosas. O cerimonial não é algo recente. Seus primeiros registros remontam às antigas civilizações (egípcias, grega, romana, chinesa, celta, europeia, dentre outras).
Segundo estudos históricos, essas civilizações tinham como hábito grandes rituais comemorativos para bodas, torneios de arqueiros, funerais, banquetes e festividades relacionadas à maioridade dos jovens.
Na Idade Média, o cerimonial ganhou destaque nas cortes feudais da Itália, Espanha, França e Áustria. Os austríacos elaboraram várias normas com refinados rituais para seus reis, os quais foram difundidos e consagrados na maioria das cortes europeias, sendo aprimorados mais tarde, nos séculos XV e XVII.
No decorrer dos séculos XX e XXI, as normas protocolares e de cerimonial foram alteradas, principalmente devido ao desenvolvimento e influência da mídia, ao processo de globalização e o avanço das novas tecnologias de informação e comunicação.