Usuários paulistas dão 10 a seus vereadores e os de Campo Grande treinam o zero para urnas de outubro
Câmara Municipal de São Caetano, no ABC Paulista, fez aquilo que por falta de interesse ou por outros motivos seus colegas de Campo Grande sequer pensaram em fazer: por unanimidade, aprovaram na sexta-feira, 27, a criação do Programa Tarifa Zero. É um projeto da Prefeitura, mas os vereadores decidiram encarar poderosos interesses contrários e atenderam um clamor popular.
O projeto garante aos usuários do transporte coletivo municipal a gratuidade para o seu uso nos ônibus de uma das concessionárias. O presidente do Legislativo, vereador Pio Melo (PSDB), ressaltou o debate positivo entre os vereadores e a sensibilidade do Executivo. “Não houve toque de caixa. Foi tudo pela vontade política e a responsabilidade dos 19 vereadores”, afirmou.
Além da considerável economia nos orçamentos domésticos, há outros benefícios, como a troca de veículos particulares por ônibus, o que reduz a emissão de carbono, e o fim dos engarrafamentos. O projeto será válido somente para os veículos da Vipe (Viação Padre Eustáquio). Seu custo aos cofres públicos será de R$ 2,9 milhões. A vai comprar novos sete veículos para sua frota, aumentando a capacidade do passe livre.
Já em Campo Grande, cidade com 900 mil habitantes – cinco vezes a população de São Caetano, que tem 162 mil moradores – os vereadores priorizam o reajuste das suas verbas de gabinete, enquanto a agonia dos usuários do transporte coletivo e outras urgências ficam em segundo plano.