“A ganância é o maior pecado que o homem comete com ele mesmo. No meio da fartura ele se torna um miserável” (Nereu Alves)
Campo Grande, por meio de sua Câmara de Vereadores, pode ter sido a inspiração para que os legislativos de Bataguassu e de Sidrolândia se lambrecassem com mais uma indecorosidade. No manuseio de seus poderes – ou dos poderes ilimitados que imaginam possuir -, criaram e puseram em execução expedientes rasteiros para amealhar vantagens à sombra dos cofres públicos, ou seja, do dinheiro do contribuinte.
Não fosse a atenta vigilância de cidadãos e cidadãs e a intervenção decidida do Poder Judiciário, hoje os bolsos da população e o tesouro publico seriam canais de drenagem para irrigar as hortas desses nobres e preclaros representantes do povo. E que representação!
Lá em Bataguassu, os ganhos do prefeito, da vice-prefeita e dos secretários cresceram, em média, mais de 51%. Um salto salarial dos mais vergonhosos, conforme registrou o magistrado que suspendeu o pagamento dos valores acrescentados aos salários dos agentes públicos. Em Sidrolândia, também sob o manto enganador da legalidade, projeto imoral promovia rentável e privilegiada valorização das remunerações de vereadores. Felizmente, outro magistrado tocou o apito e fechou a rua.
A Câmara de Vereadores de Campo Grande está fazendo escola nesta vil matéria, com professores que parecem ter doutorado na arte de dar motivos para o ceticismo e o descrédito da sociedade na política e nos maus políticos.
Quem são eles ou elas? É bem simples saber. Basta conferir quem cumpre suas obrigações, quem não se omite e quem faz de conta que “tudo passa, tudo passará”.
Que se iludam. A ganância não é e nunca foi tema para a canção que fez sucesso com Nelson Ned. A ganância é a nota desafinada de uma orquestra que toca para si mesmo e segue achando que as vaias do povo são aplausos.