Em seus 46 anos de existência institucional, Mato Grosso do Sul alternou, nas primeiras três décadas e meia, períodos de alta e de baixa condição afirmativa econômica e socialmente. Nem mesmo a pujança de suas vocações naturais, como a agricultura e a pecuária, se fez suficiente para dar à letra da lei que o criou a justificativa concreta de merecimento do status de Estado-Modelo.
As bases para tal efetividade eram frágeis. O Estado nasceu para endividar-se, em função da quase absoluta dependência das atividades primárias e o atraso patente no caminhar da agro industrialização. Ainda assim, pequenas portas, mas importantes, foram abertas, no sentido de promover interesses na exploração e na manufatura de matérias-primas como os grãos e as carnes, principalmente a soja e o portentoso rebanho bovino.
Neste contexto Mato Grosso do Sul veio fazendo o seu caminho, avançando aqui, recuando ali, contudo bastante prejudicado pela falta de visibilidade da sua vocação para ser uma dos núcleos mais promissores para o desenvolvimento local e nacional. O Estado só passou a ser visto em maior amplitude quando fincou no solo das atenções brasileiras suas grandes possibilidades como região estratégica para os investimentos estruturantes, algo que só se daria mediante o convencimento real de que reunia condições seguras para atrair investidores.
Eram necessárias ao menos duas matrizes para estimular o macro-fomento da economia e persuadir o investidor de que o retorno aos seus negócios aqui estaria garantido. A primeira matriz chama-se credibilidade, pela rigidez e equilíbrio nas contas e políticas públicas exigidas por quem desembolsa seu capital e quer o mínimo de risco.
A segunda matriz, e esta só poderia ser constatada materialmente, era algo que o Estado possui de nascença, mas só aparecia nas celebrações românticas, que é o generoso conjunto de potencialidades. Para alinhar parte delas: hospitalidade e espírito empreendedor de seu povo; a abundância de terras férteis para plantio e criação; natureza exuberante, com patrimônios únicos, como o Pantanal; riquezas no solo e subsolo; alternativas naturais de logística e transporte, com os modais da hidrovia, da rodovia e da ferrovia.
E, ademais, duas saídas de integração latino-americana para acessar ao Pacífico, uma por Corumbá, avançando pela Bolívia, outra por Porto Murtinho, cruzando Paraguai e Argentina, ambas para alcançar os terminais portuários do Chile, o último impulso na América para entrar nos leitos oceânicos e ir ao encontro dos maiores consumidores comerciais do mundo.
Todo este cenário só passou a ser visto, reconhecido e valorizado no momento em que a modernidade e a responsabilidade entraram em cena, há pouco mais de oito anos. Foi um governo, o de Reinaldo Azambuja, que trancou as portas do atraso e abriu os portões do crescimento, liquidando as pendências financeiras, gerenciais e éticas que infelicitavam Mato Grosso do Sul, restaurando sua credibilidade e oferecendo aos investidores não só a estabilidade de contas em dia, mas políticas publicas eficientes, sobretudo na segurança, na saúde, na educação, na transparência, nos serviços e no fomento à economia sustentável e diversificada.
As mudanças foram e estão sendo das mais completas. São mudanças estruturais. Depois dos oito anos de Azambuja, o governo chegou às mãos de outro gestor da mesma escola, de semelhante pensamento. Impressiona o volume dessas transformações traduzido em números. Um deles basta para que se dimensione o novo tamanho e o novo perfil do Estado: atualmente, em seu território, geram empregos e produzem bens dezenas de empresas agroindustriais e industriais que movimentaram mais de R$ 70 milhões em investimentos, dos derivados de carne ao papel, dos biocombustíveis aos minérios.
Outras iniciativas estão aportando, todas atraídas pelo magnetismo irresistível de uma unidade federativa que, enfim, demonstra que está dando certo na sua aposta progressista. A confiança de quem mora aqui contamina saudavelmente o ânimo de quem chega e encontra a casa em ordem, livre de sobressaltos e pronto para atuar como indutor do crescimento, fenômeno que não perdeu seu curso nem mesmo durante a implacável pandemia de Covid-19.
É hora de celebrar, sim, o nosso 46º aniversário. De cantar a certeza no que fomos e somos capazes de ser e de fazer. De renovar o sentimento expresso nestes versos de Jorge Antonio Siufi e Otávio Gonçalves Gomes, na letra do Hino de Mato Grosso do Sul:
“A pujança e a grandeza
De fertilidades mil
São o orgulho e a certeza
Do futuro do Brasil”!