Jonas, 18 anos, Xilon, 19 anos,, Luan, de 17 anos, e Gabriel, de 16 anos, os mortos no ataque, são suspeitos da execução do filho de um barão do tráfico no Paraguai
Jovens entre 16 e 19 anos, dois deles vindos do interior de São Paulo, as vítimas da chacina ocorrida no sábado, 7 de outubro, estavam morando em uma república em Ponta Porã e agindo como espécie de mercenários do crime. Essa é a suspeita em averiguação pela Polícia Civil, no trabalho de perseguição aos responsáveis pelas mortes de Jonas Wesley Moraes, 18 anos, Xilon Henrique Vieira da Silva, 19 anos, Luan Vinícius Cândia da Silva, 17 anos, e Gabriel dos Santos Peralta, de 16 anos.
Os caminhos já percorridos pela investigação apontam que eles foram executados, com tiros de pistola 9mm e fuzil 5.56, como vingança pela morte do filho de um barão do tráfico no Paraguai, ocorrida poucos dias atrás, em 21 de setembro.
Um carro para, descem três homens vestidos de preto e com o rosto coberto, todos armados. Eles vão até o prédio à frente, disparam várias vezes, e depois voltam para o carro. O motorista os espera com a porta aberta. Eles fogem.
Ao grupo, é atribuída ainda a responsabilidade pelos disparos de arma de fogo contra a casa onde vivem duas juízas, em Pedro Juan Caballero, a cidade gêmea de Ponta Porã. Apenas uma rua, a um passo, portanto, separa as localidades.
Jonas, Xilon, Luan e Gabriel não tinham ligação com facção criminosa, pelos indícios levantados.
Estariam agindo por empreita, para quem pagasse. Da parte das organizações criminosas que agem ali, mão de obra desse tipo é considerada mais barata, embora mais arriscada, dada à inexperiência.
Em outras situações do tipo já descobertas, repúblicas para criminosos são bancadas por alguém, que paga aluguel, comida, serviços de água e luz e ainda dá uma mesada para os mercenários.
As empreitadas criminosas são contratadas em separado. No imóvel, havia um carro, onde as vítimas chegaram momentos antes do atentado, uma motocicleta e ainda três pistolas, que foram apreendidas.
Polícia Civil e e Polícia Nacional do Paraguai trabalham no caso. A polícia do país vizinho está colaborando com o trabalho feito no Brasil, em razão da suspeita de conexão com um crime ocorrido em setembro.
Sicários ?
Os quatro jovens mortos seriam os suspeitos da execução de Charles Gonzalez, ocorrida em 21 de setembro. No dia, a vítima de 32 anos, estava com dois seguranças, quando foi atacada por quatro bandidos, dois dentro de um veículo e dois que desceram, vestindo roupa preta e com o rosto coberto.
Charles era filho Clemencio Gonzales Gimenez, o “Gringo Gonzales”, oficialmente é empresário, porém há anos apontado como um dos barões do crime organizado no país vizinho.
O assassinato de Charles está em apuração e já provocou batidas em imóveis na região fronteiriça nos dias seguintes.
Quanto ao atentado a tiros à casa onde vivem duas juízas paraguaias, foi no dia 9 de setembro. O imóvel teve a fachada atingida por disparos de calibre 9mm. Foram recolhidos 56 cartuchos de armas.
Imagens de uma câmera instalada nas proximidades captaram a cena do atentado. Dois ocupantes de uma motocicleta param na frente da casa, na rua Cerro León, fica no bairro Guarani, e um deles dispara contra o imóvel.
Esse caso está sob investigação no Paraguai, com a suspeita de que os tiros tenham sido retaliação ao trabalho de uma das magistradas.