Outubro de 1977. Há 46 anos, a população que vivia no sul de Mato Grosso adquiria, concretamente, o direito de exercer com autonomia suas vocações desenvolvimentistas. A criação de Mato Grosso do Sul vinha sob garantias institucionais e políticas que alimentavam perspectivas generosas de progresso rápido e de amplas oportunidades.
O sonho do Estado-Modelo era, infelizmente, sem escoras sólidas. A expectativa otimista residia apenas nos discursos empolgados e nas letras natimortas de dispositivos legais que prometiam recursos a granel e linhas civilizadas de financiamento que, com o tempo, se mostraram inexequíveis e depois se transformaram na bola de neve de empréstimos que endividaram a nova unidade federativa.
Assim, em poucos anos de vida, o Estado que nasceu para ser modelo de prosperidade e oportunidades via-se num abismo cada vez mais fundo. E só não afundou de vez graças à capacidade de seu povo e às medidas que, de um a outro governo, contornavam ou maquiavam as crises. Sem liquidá-las, conseguiram não as eliminavam, mas as atenuavam. Davam-lhes paliativos ou então retardavam seus efeitos. Cada governo teve os seus méritos, mas a doença seguiu incubada até ser interrompida pelas urnas.
Em 2014, o Sul-mato-grossense decidiu fazer uma aposta no que lhe parecia novo, inovador. Trocou de parâmetro nas escolhas dos governantes e tirou de cena os ciclos de soluções artificiais, imediatistas, cartoriais. Elegeu um gestor com estratégia política e visão social moderna, capaz de moldar a governança num contexto participativo, mas sem compadrio, garantindo nas decisões o olhar republicano e o conceito da atenção humana nas pessoas e na sua satisfação.
Isto exigiria condições absolutas para a gestão, como transparência, responsabilidade, planejamento, compromissos positivos da inteligência e do instinto criador, além de mecanismos participativos, principalmente o municipalismo. Com esta receita, em oito anos de mandato o governador Reinaldo Azambuja tirou o Estado das letargias pontuais e conceituais que o amarravam, devolvendo-lhe a antiga esperança, mas em solo firme, de fazer seu próprio modelo de desenvolvimento e equiparar-se aos grandes centros.
Para chegar ao melhor nível de desempenho nos principais itens de gestão na história de Mato Grosso do Sul, o governador fez uma meticulosa seleção de colaboradores nas várias instâncias de gestão. Organizou-a como um mosaico em que os papéis estratégicos tinham a cobrança de resultados. Para a idealização desse pensamento estrutural aplicou uma de suas receitas inovadoras: nomeou um técnico com expertise de excelência na chamada “política de resultados”, especialidade que marcou a presença de Eduardo Riedel na Secretaria de Governo e Gestão.
Com igual atenção e sabedoria, montou o restante do corpo de sua equipe, cuidando tanto das áreas meio e fim do governo, como fez com a nomeação de Eduardo Verruck na Pasta do Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente, como na necessária composição de forças a partir de uma base de articulação política, confiada a Sérgio de Paula. A solução ganhou fôlego ano a ano, enfrentou e superou devastadoras crises conjunturais e episódicas, entre elas a pandemia da Covid-19, dando respostas que eram inimagináveis, como a retomada do crescimento e a elevação econômica e política de Mato Grosso do Sul.
Quando o mandato de um terminou e iniciou-se o de seu sucessor, o Estado havia saído do fundo de um poço cavado durante 37 anos, desde sua criação, e alcançado as melhores posições nos vários rankings nacionais de desempenho: 5º mais competitivo, presença constante entre os três líderes na geração de empregos, na oferta de oportunidades, na resolutividade em saúde e segurança, na atração de investimentos.
Na transição de um governo a outro, o Tesouro foi entregue com uma reserva superior a R$ 2,5 bilhões e o acervo de investimentos externos, em especial na agroindústria, já acumulava cerca de R$ 70 bilhões, criando em todas as regiões novas fronteiras de negócios e oportunidades. E esta ação modelar se manteve e tende a ser aperfeiçoada. O atual gestor faz a chamada lição de casa, aprendida nos oito anos anteriores, e dá sequência às ideias que inspiraram soluções vitoriosas e das quais foi um dos mentores.
Além da prescrição metódica e eficaz da gestão municipalista, como medicamento preventivo, antecipando-se às intempéries socioeconômicas, a montagem da equipe é também um fator estratégico. Na galeria especial de equilíbrio e consistência na governança política e gerencial, o governador tem escoras firmes na política, com a Assembleia Legislativa presidida pelo deputado Gerson Claro e a Pasta de Governo e Gestão com Pedro Caravina, ambos inovadores.
No funcionamento azeitado da máquina administrativa, técnicos de realce na resolutividade trabalham nas melhores respostas à sociedade, com a estratégia de desempenho que é feita por pastas como as da Fazenda e de Infraestrutura e Logística, chefiadas por Flávio César e pelo engenheiro Hélio Peluffo, que foi prefeito de Ponta Porã e recebeu mais de 80% de aprovação, o maior índice da história local.
Não há como não dar certo. Negar esta realidade é dar as costas ao que se tornou óbvio, com números, dados, endereços, datas e testemunhos de dentro e de fora de Mato Grosso do Sul.