Jorge Ruiz foi parado pela PRF no meio de uma viagem em março; ele já era procurado pela polícia do país vizinho e estava na lista vermelha da Interpol
A Justiça Federal de Mato Grosso do Sul autorizou a extradição antecipada do boliviano Jorge Adalid Granier Ruiz, o “Fantasma” – preso em março com documentos falsos em Jaraguari, cidade a 36 quilômetros de Campo Grande. Ele será mandado para a Argentina, onde é investigado por tráfico de drogas.
Jorge foi parado pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) no meio de uma viagem. Ele já era procurado pela polícia do país vizinho e estava na lista vermelha da Interpol, mas no dia em que foi encontrada, usava um documento falso em nome de “Jorge Mendes” – que mais tarde confessou ter comprado no Pará por US$ 5 mil dólares.
Pelo crime, foi condenado a 2 anos de prisão em regime semiaberto, mas a pena foi substituída por medidas alternativas; pagamento de R$ 10 mil a entidades socais e prestação de serviço á comunidade.
A condenação transitou em julgado em julho deste ano e apesar disso, “Fantasma” permaneceu preso justamente para garantir que seria extraditado por ordem do STF (Supremo Tribunal Federal).
Enquanto isso, a Embaixada da Argentina formalizou o pedido de extradição do boliviano no STF, que homologou o documento e notificou o Ministério da Justiça e Segurança Pública. A partir daí, a justiça federal foi questionada sobre a possível liberação antecipada do condenado do Brasil.
Por lei, o estrangeiro condenado no Brasil só pode ser extraditado depois de cumprir a pena, mas desde 2018 uma portaria do Ministério da Justiça lista exceções da regra: como o país pedir pela extradição e ser possível a aplicação dos benefícios da Lei de Execução Penal, justamente o caso de Jorge.
“Assim, acolho o parecer apresentado pelo Ministério Público Federal, no sentido de que, embora o acusado não tenha iniciado o cumprimento da pena, tal fato não impede o deferimento da liberação antecipada”, assinou a juíza Julia Cavalcante Silva Barbosa nessa segunda-feira (2).
Ainda não há data para que Jorge seja extraditado para a Argentina.
Fantasma
O apelido “Fantasma” foi atribuído ao traficante porque até o ano passado, o rosto de Jorge sequer era conhecido pelas forças de segurança brasileiras. Ele estava no Brasil desde dezembro de 2022 e antes da prisão morava no bairro Santa Marta, em Rondonópolis.
Foragido por envolvimento no tráfico de drogas, Jorge Ruiz decidiu mudar “mudar de cara”: fez uma cirurgia bariátrica e usava um documento falso em nome de “Jorge Mendes”.
No dia 28 de março, no entanto, foi parado em Jaraguari enquanto viajava em uma Hilux com outras duas pessoas. O motorista era Waldeson Pereira dos Santos, homem que também estava foragido da justiça e segunda a polícia era o segurança do narcotraficante.
Com Jorge Adalid ainda foram apreendidos documentos bolivianos, outra identidade e CNH, adquiridos por US$ 200 (dólares); e mais um passaporte conquistado por US$ 500 (dólares). Tudo falso.
Segundo a PRF, no dia em que foi preso, o boliviano tentava voltar para a Bolívia, de onde enviada aviões com cocaína para a Argentina.